Com a urgência de salvar Schengen e combater a crise migratória na União Europeia, os ministros do Interior da União Europeia debateram ontem em Amesterdão algumas medidas prioritárias.
A Grécia foi um dos principais pontos abordados na reunião, que exigiram que o país controle melhor o fluxo de entrada dos refugiados. Alguns ministros ameaçaram mesmo retirar o país da zona de livre circulação da Europa, o espaço Schengen.
“Se não pudermos proteger a fronteira externa da União Europeia, a fronteira grego-turca, então a fronteira externa de Schengen será transferida para o centro da Europa”, afirmou Johanna Mikl-Leitner, ministra austríaca do Interior. “A Grécia precisa de aumentar os seus recursos o mais cedo possível e aceitar ajuda”, acrescentou a ministra.
“O fato é que queremos salvar Schengen, queremos soluções europeias comuns, mas o tempo está a esgotar-se”, disse o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière.
Também a Bélgica e a Suécia defenderam que a Grécia controle da melhor forma as “portas de entrada” dos refugiados, controlando melhor e de forma mais apertada a fronteira com a Turquia.
Itália e Espanha concordaram num reforço do controlo das fronteiras externas mas insistiram que não se deve “isolar” a Grécia.
O ministro grego responsável pela política migratória, Ianis Mouzalas, refutou as declarações dos restantes ministros. “Estamos cansados de ouvir dizer que não estamos a garantir a segurança das nossas fronteiras”, disse Mouzalas.
Desde o início de 2016, cerca de 35 mil pessoas atravessaram a fronteira da Grécia com a Turquia. O número é já vinte vezes superior a igual período do ano passado.
Recorde-se que, devido ao enorme fluxo de refugiados que tem chegado à Europa, são vários os países que têm imposto controlos nas suas fronteiras. As medidas têm afetado o acordo de Schengen. Segundo o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a União Europeia tem apenas dois meses para evitar o enorme fluxo migratório antes que Schengen entre em colapso.
Ainda no passado sábado, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou que a crise de refugiados está a colocar o espaço Schengen em risco.