Um nulo no marcador em Vila do Conde (0-0) foi suficiente para o Braga vencer ontem o Grupo D e marcar presença nas meias-finais da Taça da Liga, onde vai encontrar o Benfica a 10 de fevereiro, na Luz. Uma data que deixa os responsáveis encarnados com suores frios: três dias depois do dérbi em Belém e a quatro dias antes do clássico com o FC Porto.
Um dia antes do apuramento do Braga, já as águias haviam carimbado o seu bilhete com uma entrada a todo o gás frente ao Moreirense, no último duelo do Grupo B: 6-1. Sim, leu bem. S-e-i-s-a-u-m. Em nove anos, nunca uma equipa havia conseguido marcar tantos golos num encontro da Taça da Liga.
Mérito de Rui Vitória, que até se deu ao luxo de rodar a equipa: o guardião Júlio César viu o jogo no sofá, Eliseu ficou na bancada, Lisandro e Jonas desta vez sentaram-se no banco de suplentes e Mitroglou só esticou as pernas no aquecimento. Com Gaitán – que pela primeira vez nos últimos dois meses jogou 90 minutos – na pele de condutor do ataque encarnado, em apenas 30 minutos já o Benfica tinha garantido o triunfo (4-1 à meia hora de jogo).
Nos dois primeiros remates à baliza defendida pelo veterano Nilson, dois golos para Talisca (12’ e 14’). Seguiu-se um slalom fantástico de Gaitán (fintou quatro defesas antes de marcar aos 20’) e um chapéu tirado a régua e esquadro de Jiménez (30’).
Cinco minutos antes, Iuri Medeiros já havia reduzido num belo trabalho individual (25’) – Jorge Jesus deve ter-se engasgado com a pastilha (not). Com o resultado praticamente fechado e as duas equipas já a pensar no embate de domingo para o campeonato, coube a Talisca (hat-trick aos 83’) e a Gaitán (bisou aos 90) quebrar a monotonia da segunda parte.
Pela oitava vez consecutiva, as águias confirmaram a presença nas meias-finais da Taça da Liga (40 jogos, 32 vitórias, 7 empates e 1 derrota) e procuram agora a sétima vitória em nove edições, sem a oposição dos maiores rivais. Algo inédito, já que é a primeira vez que apenas um dos três grandes sobrevive até esta fase.
A maior goleada da época fora de portas (6-1) confirmou outro dado importante: o bicampeão nacional entrou finalmente nos eixos. Desde o nulo registado na Madeira (a 15 de dezembro), os encarnados já somam 9 vitórias seguidas. E 23 golos marcados nos últimos 7 jogos – um registo letal apenas à medida do Barcelona na Europa. O que dá uma média de 3 tiros certeiros por cada jogo disputado em 2016.
Sim, o Ferrari já estava estacionado na Luz, a julgar pelas palavras de JJ, mas foi Rui Vitória quem lhe afinou o motor. Será o Braga capaz de aguentar o andamento?