A Deloit veio dizer que o Orçamento é um documento sem grandes medidas e que assenta na crença. Muitobem: demos de barato que sim, que assenta na crença. E em que assentaram asposições assumidas antes pela troika e submissamente aceites pelo Executivo de Passos Coelho (ainda por cima mentindo para os 2 lados, como agora se comprovou: para Bruxelas e para o eleitorado nacional)? No entanto, essa crença, percebeu-se que dava resultados errados. Porque não se experimenta outra crença, talvez menos errada, ou apenas igualmente errada? Porque não se resiste ao menos à crença comprovadamente errada?
E parece estar tudo junto na defesa do erro de moda: jornalistas, CE, UTAO, Conselho de Finanças Públicas, agências de rating, incluindo a única das quatro de notação que o BCE utiliza e que mantém Portugal acima de lixo, a DBRS. Que coro mais completo! Não poderiam tirar da cartola alguma ideia diferente? Tem mesmo de ser pela fraude financeira aceite?
Quer-se só manter atual e duradouro o relatório sobre desigualdades da Oxfam, segundo o qual, em 2015, apenas 62 indivíduos detinham a mesma riqueza que 3,6 mil milhões de pessoas. Porque não experimentar outro caminho, que dê maiores garantias aos credores (e não apenas aos seus fraudulentos administradores do momento, que têm provocado crises sobre crises desde há anos, sem serem por elas responsabilizados)?
E eu nem estranho os técnicos incapazes que temem qualquer experiência fora das suas medidas, e que venha mostrar à saciedade como as alternativas eram melhores. Estranho é os políticos que as sustentam, e os meios de comunicação social nacionais que lhes dão voz especial. (Embora admita que Merkel, no seu país, tem até agora ganho com a desgraça do resto da Europa, e que isso a justifique).