Segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que ontem apresentou o relatório da sinistralidade de 2015, o maior risco entre os condutores deste grupo explica-se pela “inexperiência dos jovens condutores, [pelas] suas características psicológicas e pelos cinco principais fatores de risco identificados para esta faixa etária: velocidade, álcool, telemóvel, fadiga e a não utilização do cinto de segurança”.
Não é, por isso, novidade que a ANSR considere que a sensibilização dos mais jovens é “de extrema relevância” e motiva “preocupação por parte da administração central” e do “setor empresarial”. Neste momento, diz o presidente da ANSR, Jorge Jacob, é preciso “continuar a agir sobre os fatores que determinam a sinistralidade”, e isso faz-se através de mais ações de prevenção e sensibilização.
O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, quer transformar os mais jovens de hoje em condutores conscientes amanhã. Para isso, “é fundamental que os jovens, a tempo, ainda possam trabalhar para a prevenção, o que quer dizer que poderão ficar já com um sentido de precaução para quando forem condutores”, disse o governante na apresentação de ontem.
Mais acidentes, menos mortes
No ano passado registaram-se mais 5% de acidentes (na prática, isso significou mais 5569 ocorrências) que em 2014, apesar de o número de mortes se ter reduzido: menos cinco vítimas mortais.
Segundo a ANSR, é de noite e madrugada que mais despistes acontecem e é nesses períodos que os jovens acabam por perder a vida. O “grande objetivo” é sempre o zero, assume Jorge Jacob. “Eu não sou ambicioso ao ponto de pedir zero acidentes, mas gostaria de garantir os zero mortos” nas estradas, refere o presidente da autoridade.
Ontem, a ANSR referiu que, entre 2010 e 2014, 378 jovens naquela faixa etária morreram nas estradas portuguesas (10% do total).