SOL…
Marcelo Rebelo de Sousa
A simpatia com que foi encarada, em quase todos os setores políticos e sociais, a sua eleição para PR ultrapassa claramente os 52% que obteve na noite de domingo. É o Presidente eleito com maior independência e distanciamento de todos os poderes, partidários, económicos ou financeiros – o que alarga a sua margem de intervenção mas aumenta, igualmente, as expetativas sobre a sua Presidência. Para já – e além da inteligência e eficácia eleitoral da campanha alinhada ao centro – pode agradecer a Maria de Belém o esvaziamento das suas intenções de voto na reta final (em grande parte para a abstenção e para ele próprio), que pode ter sido decisivo para evitar uma 2.ª volta.
… Sombra
Mário Centeno
Desabou-lhe o céu em cima da cabeça com o projeto de Orçamento que entregou em Bruxelas. Depois das incómodas dúvidas da Comissão Europeia sobre a insuficiência das medidas, das críticas do Conselho de Finanças Públicas e da UTAO aos riscos de incumprimento, das reticências de todas as agências de rating (Fitch, Moody’s, S&P e, agora, até a canadiana DBRS) ao irrealismo das previsões, o ambiente internacional relativamente ao novo Governo português tornou-se muito sombrio. O ministro das Finanças já é visto em Bruxelas como um otimista lírico e um aprendiz de financeiro que fantasia a realidade económica e põe em risco a consolidação orçamental. Teme-se o pior.
Maria de Belém
A sua campanha foi um somatório de equívocos e de amadorismo político. Começou a perder claramente nos debates televisivos, apostou numa campanha de descrédito pessoal de Nóvoa e Marcelo (e não deixa de ser curioso ser a sua candidatura a queixar-se de ‘campanhas negras’) e, quando chegou a machadada final das subvenções vitalícias, já tinha caído nas sondagens para metade dos valores iniciais. A queda era inevitável. E foi estrondosa.
Jerónimo de Sousa
Seria curioso saber de que cabeças na Soeiro Pereira Gomes saiu a abstrusa ideia de candidatar pelo PCP um ex-padre provinciano, sem estatura política e que parecia saído do baú das velharias soviéticas. O resultado foi a pior votação de sempre do PCP, abaixo dos 4%. O secretário-geral do PCP tem cada vez menos razões para sorrir.