Apenas o design se mantêm, quase. Se para muitos é uma crítica, certo é que não há muito por evoluir. Foi uma 'imagem' que a Microsoft criou, e bem. É sólido, delineado por arestas vincadas num corpo que recorre à mesma liga metálica do anterior Pro 3. Mas é mais fino, 8,45 mm versus os anteriores 9,1 mm. É uma diferença mínima mas a necessária para continuar a albergar a porta miniDisplayPort, o leitor de cartão microSD e a porta USB.
Essa foi a explicação dada pela Microsoft, e bem recebida. Para reduzir mais a espessura teriam de abdicar da porta USB. E esse é um passo que tem ser comedido, para já, pois há sempre a necessidade de periféricos a utilizar (disco externo ou até um rato para quem não se adapta ao touchpad e que temos de escolher, abdicar de um por outro. E uma até nos parece pouco.
As mudanças exteriores são deveras subtis, como a nova disposição do botão de volume que agora está ao lado do botão para ligar no topo, além do símbolo do Windows que desapareceu. Ou o próprio ecrã. Temos de ter olhos atentos para perceber que o ecrã cresceu 0,3''. É pouco em tamanho, mas cresceu muito em resolução. Passou dos 2160×1440 pixels no Pro 3 para os 2736×1824 pixels no 4. É quase como que uma nova experiência visual, graças à nitidez que ganhou no texto ou nas fotos. Mesmo na parte menos profissional, e desfrutamos de um momento de lazer, ver um filme ganha pormenores e definição.
Mas, há sempre um mas, há programas em que as ferramentas e opções 'desaparecem'. Ficam deveras pequenas, e aqui a opção Pen acaba por substituir o dedo pela versatilidade da sua ponta fina. Claro que os mais experientes podem ir às definições de optar por maior tamanho de letra e etc.
A relevância deste Pro 4 é sem dúvida o desempenho. A razão principal é a performance da sexta geração do processador Intel Skylake. É uma versão única desenhada para este modelo, com especificações próprias que englobam o tamanho, desempenho e arrefecimento. E funciona. A Microsoft desenhou o interior em proveito do arrefecimento, e agora o calor gerado circula em toda a parte superior do painel traseiro, eliminando pontos quentes, e acaba 'expulso' pelas saídas laterais.
Auxiliado por memória RAM que chegue, permiti-nos exigir e acumular programas abertos. Numa versão com 4GB de RAM e processador I5 conseguimos abrir jogos, aplicações de edição (Photoshop), browsers e trabalhar em excel. E abusamos na edição de imagem, com diferentes trabalhos, tamanhos de ficheiros e muita utilização da pen. E funciona. Certo que por vezes perdemo-nos e queremos mexer com dedos e etc e acabamos por complicar processos. Mas isso é bom sinal, significa que o dispositivo nos faz querer ir mais além, novas funcionalidades.
A Pen também foi revista e agora possui 1024 níveis de pressão. Isto torna-a numa 'imitadora' nata de um lápis no desenho, ou de uma caneta na escrita. Funciona perfeitamente nas aplicações nativas, com pressões e traço delineado, desenhar e apagar (agora basta utilizar o topo ao bom estilo da borracha dos lápis). Mas em programas mais profissionais, como o Photoshop, é necessário visitar a página da Microsoft e instalar drives. Não devia acontecer, mas é reconhecido e de fácil resolução. E isso abre o leque para a utilização da caneta e dar asas à liberdade do traço. Destaque para inclusão de
Outra melhoria é o teclado, e é óbvio na escrita. Mais largo, o que significa maior espaçamento entre teclas, e mais resistente, duro, permite pressionar, um teclar mais convincente, sem medos de 'magoar' as teclas. E isso tudo significa rapidez e firmeza na escrita. Podemos estar a escrever uma nota, mensagem ou texto e estar em qualquer lado. Isto porque a firmeza entre o teclado e o stand nos permite agora assentar o Pro ao colo, numa mesa ou até num banco de jardim, e escrever. É a mobilidade no seu melhor género.
Mas mobilidade significa autonomia, e isso requer bateria. E não é má… mas não é boa. Possibilita entre 5 e 7 horas (foi o conseguimos) em diferentes cenários de utilização. Não é mau, mais quando compararmos com aqueles antigos que funcionavam durante 2 horas. Mas este é um Surface, e PRO. E se as aspirações são substituir um PC, pelo menos um dia de trabalho devia durar. Mas esse será certamente a nova (grande) aposta da Microsoft.
Como outras características do Surface Pro 4, integra 802.11ac Wi-Fi, como o seu antecessor, e Bluetooth 4.0. Em termos de capacidades encontramos as opções de 128Gb e 4GB de RAM nos processadores Core M3 e I5, 256GB e 8 GB de RAM no I5 ou I7. As versões topo de gama contam com 16GB de RAM para um processador Core i7, com opção para 256Gb ou 512GB de armazenamento.
Como resumo, o Surface Pro 4 mostra características de topo, em que o desempenho e a experiência global de uso nos criaram um novo patamar. É uma junção de conceitos quase perfeita, PC e tablet num só. Claro que há sempre um preço a pagar. Mas esta é a afirmação de um conceito que a Microsoft inventou, e melhor, soube evoluir. E tem preço, mas também tem funcionalidades e muito desempenho.