Lutar contra Bruxelas, marchar, marchar

Talvez tenhamos de fazer um recuo maior. Talvez o tenhamos já feito. Mas orgulho-me de um Governo que tenta ainda lutar contra intromissões externas, de órgãos que nem sequer foram eleitos, e se deviam reduzir aos seus pareceres técnicos errados, e depois serem substituídos por técnicos que errassem menos e tivessem uma certa vergonha de…

Orgulho-me portanto da Resistência deste Governo agora, e envergonho-me de quem nos representou sem resistência nenhuma (mesmo com os consabidos apoios nacionais, felizmente agora minoritários no Parlamento, de que essa gente disfruta). Afinal sempre era possível alguma coisa, que estranhamente deixamaçados os que apoiavam a situação anterior, e compreendiam aumentos ‘pornográficos’ de impostos para os mais desvalidos, mas não os entendem assim ponderados.

Já se sabe que Paris e Berlim (outrora Bona) formavam o grande motor de avanços da UE. Afinal eram os grandes inimigos históricos dentro da Europa, que tinham já arrastado o Continente para duas dilacerantes Guerras mundiais no Século XX. Portanto, Mitterrand e Kohl, ainda por cima de origens ideológicas diferentes (e com diferenças marcadas a traço grosso na altura), tinham de se entender. Conseguiram-no, e a Europa lucrou com isso.

Hoje temos dirigentes europeus mais fracos: Merkel e Hollande estão longe de ser Kohl e Mitterrand. O reunirem-se a dois é hoje sinal da sua fraqueza (mesmo quandodela tiram proveitos só próprios), que quer mostrar músculo perante os restantes países deixados para trás. Até o ‘conservador’ Financial Times aconselha Itália e outros países a olharem agora para Portugal. E isto é tão absurdo, nos tempos que correm (em que qualquer governo africano qualifica logo de colonialista uma simples opinião ocidental), que os nossos netos se vão rir incrédulos ao estudarem a História.

Nós, em Portugal, podemos recordar com orgulho os conjurados que defenestraram Miguel de Vasconcelos (está bem, exemplo pouco original, já aí dado por outros).

Tudo parece indicar, como sublinhou um destes dias Francisco Assis no Pstos de Passos-Portas.ia graça, isso teria. Conheço muita gente qwue ficaria muito ofendida, depois de apooar os aumentos de impúblico, que afinal sempre há alternativas, mesmo dentro da atual e estreita UE. Até no Orçamento. Resta-nos a consolação de ver o CDS, num excesso de coerência (e a coerência política nem sempre é uma virtude, sobretudo quando pretende atropelar a realidade), anunciar a rejeição deste Orçamento, porque não é tão subserviente à Bruxelas mais autêntica dos dias que correm como aqueles que o partido tem aprovado.

E se de repente Bruxelas, liberais e troika ficarem aterrorizados com um aumento deimpostos proposto por este Governo, que não penalize os de sempre, mas desta vez os de cima (carros de alta cilindrada, apesar de os jornais distorcerem a falarem num único imposto automóvel aumentado, casas caras, empresas gigantes, etc.). Claro que é preciso esmiuçar bem o que eles consideram ricos, não vásuceder que considerem por exemplo as pensões de 600 e tal euros, como acontecia com o Executivo PSD/CDS. Mas lá que essa surpresa teria graça, isso teria. Conheço muita gente que ficaria muito ofendida, depois de apoiar os aumentos de impostos de Passos-Portas. E eu mais feliz.