Apesar de cada relacionamento ser diferente, há coisas que deve tentar fazer antes de deitar tudo a perder. E muitas dessas atitudes passam por uma ‘auto-análise’. A psicóloga clínica Lisa Firestone, no site Psychology Today, colocou a seguinte questão: “Se o problema está no seu companheiro, é uma coisa. Mas e se o problema for você? Então, pode fazer alguma coisa”.
Para o ajudar, a especialista fez uma lista de cinco passos a dar antes de pôr um ponto final no seu relacionamento:
1. Pense no que vos atraiu um ao outro
Nem sempre escolhemos o nosso companheiro pelas melhores razões. Por vezes, optamos por pessoas que nos desafiem e que nos façam crescer. Noutras ocasiões, escolhemos quem compense os nossos defeitos. Por exemplo, se somos indecisos, procuramos alguém que seja decidido.
Quando o entusiasmo inicial de um relacionamento começa a desvanecer, não quer necessariamente dizer que escolhemos a pessoa errada. Lisa Firestone explica que é muito importante percebermos porque nos apaixonamos por determinada pessoa ou aquilo que nos atraiu. É possível voltar a gostar de alguém por quem já nutrimos sentimentos muito fortes, numa determinada altura da nossa vida.
Pense nos meses de intimidade que partilhou com essa pessoa, tudo o que partilharam e o que sentiram um pelo outro. Nessa altura, reflicta no que aconteceu para as coisas terem corrido mal e tente mudar algumas coisas para que o relacionamento volte a ser como no início.
2. Tente quebrar a rotina
Casais que estão juntos há algum tempo acabam por entrar numa fase onde a rotina acaba por substituir o afecto. Muitas vezes nem se apercebem ou não querem ver, porque têm uma falsa sensação de segurança.
Isto acaba por matar o relacionamento aos poucos: os afectos acabam por diminuir, toma-se o companheiro por garantido, o casal deixa de se apoiar mutuamente.
Experimente fazer coisas novas ou introduzir novas actividades no seu relacionamento. Mas não o faça pelo seu companheiro, nem espere nada em troca. Pode ser que, aos poucos, a pessoa que está ao seu lado comece a alterar o seu comportamento e a relação dê uma volta.
3. Perceba até que ponto o seu passado influencia o presente.
Por vezes, num relacionamento, começamos a prestar atenção unicamente aos defeitos do nosso parceiro. Acabamos por aumentá-los e relativizamos as suas qualidades.
Esta atitude provém muitas vezes do nosso passado. Isto é, inconscientemente, tentamos recriar situações que vivemos ao longo da nossa vida. Podemos até provocar o nosso parceiro para ele nos tratar da mesma maneira que nos trataram na infância. Há quem chegue até a recriar modelos de relacionamento pouco saudáveis.
Analise as discussões que teve com o seu par e tente perceber se, antes da briga, o provocou, implicou com ele, se estava a embirrar. A partir do momento em que identificar estas situações, torna-se mais fácil tentar mudar a sua atitude.
4. Reconhecer que tem medo da intimidade
Quando o medo ‘invade’ uma relação, mais facilmente nos tornamos agressivos, implicativos, críticos e ‘escondemos’ aquilo que inicialmente fez com que o nosso companheiro se apaixonasse por nós.
Não tenha medo de estar vulnerável e reflicta nas suas acções, nomeadamente se deixou de dar prioridade ao seu parceiro. Não despreze o afecto do seu companheiro e pense naquilo que pode fazer para se aproximar novamente da pessoa de quem gosta. Acima de tudo, aceite o amor que lhe dão e, por muito que seja difícil, não se ‘afaste’.
5. Não discuta
Ninguém é perfeito, logo não é muito difícil estar constantemente a apontar para os defeitos da outra pessoa e tentar corrigi-los. Ter atitude faz com que se sinta mal consigo mesmo e com o seu relacionamento.
Lisa Firestone aconselha-o a não reagir. Ou seja, respire. Não responda. Independentemente daquilo que o seu companheiro disser. Tente manter ‘a mente aberta’ e ter uma atitude de compaixão. Responda racionalmente, sem tentar corrigir ou apontar defeitos, e tente compreender o que ele está a sentir.
No final de tudo isto, mesmo que não consiga salvar o seu relacionamento, vai sentir-se melhor não só por se ter esforçado, mas também porque vai sentir que cresceu enquanto pessoa.