O 86º Campeonato Internacional Amador de Portugal Masculino começa esta quarta-feira com a maior participação nacional de sempre, tendo atraído um total de 20 jogadores portugueses. No ano passado tinham sido 12.
O mais importante torneio de golfe luso para amadores de alta competição prolonga-se até sábado, no Montado Hotel & Golf Resort, em Palmela e, tal como em 2015, voltou a atrair três jogadores do top-100 do ranking mundial amador, entre os 120 participantes, oriundos de 15 países: Austrália, Bélgica, República Checa, Dinamarca, Inglaterra, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Holanda, Escócia, Espanha, Suécia, País de Gales e Portugal.
O ‘Portuguese International Amateur Championship’ é uma das etapas clássicas da Associação Europeia de Golfe (EGA) e atribui pontos para o ranking mundial amador de golfe, razão pela qual atrai todos os anos alguns dos melhores jogadores do Mundo. A Federação Portuguesa de Golfe (FPG) teve mesmo de fechar a lista de participantes a 120, com mais de 50 estrangeiros a ficaram de fora.
O torneio desenrola-se em 72 buracos, com quatro voltas de 18 buracos por dia, com um cut aos 54 para os 40 primeiros e empatados.
A estrela deste ano é o holandês Jeroen Krietemeijer, o campeão em título do Campeonato Internacional Amador de Espanha que no principal torneio amador do seu país foi 19º em 2015.
Outros participantes de relevo são os italianos Jacopo Vecchi Fossa, Luca Cianchetti e Paolo Ferraris, respetivamente 87º, 79º e 854º classificados no ranking mundial amador.
Fossa foi 9º há um ano no Montado, 11º no Campeonato da Europa na Eslováquia e 12º no Internacional Amador da Áustria; Cianchetti foi 18º na Áustria mas não passou o cut em Portugal e Ferraris é o campeão em título, tendo ganho o Campeonato Internacional Amador de Portugal no ano passado.
20 portugueses desafiam elite europeia
Apesar de dois portugueses terem ganho o torneio desde que passou do formato de match play para stroke play, em 2008, com Pedro Figueiredo em 2008 (no Estela Golf) e Gonçalo Pinto em 2013 (no Montado), a verdade é que não poderemos considerar os portugueses como favoritos ao título.
É certo que Tomás Silva já tem no seu currículo um 9º lugar num Europeu e Vítor Lopes tem averbado vários top-10 em competições internacionais de prestígio, mas a lista de inscritos é forte e a seleção nacional tem ainda de superar o estigma de no ano passado só Pedro Lencart ter conseguido passar o cut.
Ultrapassar essa fase qualificativa e jogar no último dia será o primeiro objetivo dos 20 portugueses (ver lista de inscritos completa em anexo), cinco dos quais integram o programa da seleção nacional masculina, por serem os cinco primeiros do ranking das seleções nacionais de 2016: Tomás Silva, Vítor Lopes, João Girão, Afonso Girão e Tomás Bessa.
Declarações de Nuno Campino, selecionador nacional, à FPG-TV
«Há cada vez mais jogadores a representar as seleções nacionais, claro que não podemos convocar todos, mas é bom vermos que mesmo quando não são convocados, apostam as suas carreiras e vêm jogar esta prova.
«Os convocados pela seleção são os cinco primeiros do ranking. Este ano tivemos dois estágios, um da seleção de homens, para jogadores que poderiam estar aqui neste torneio. O caso do Carlos Laranja é diferente porque vive no Centro de Alto Rendimento e tem um calendário pré-definido aprovado pela Comissão de Alto Rendimento da FPG, pelo que está automaticamente convocado. Também fizemos outro estágio, para a seleção de sub-18, igualmente no intuito de prepará-los para este torneio, mas também tendo em vista as próximas competições e o Europeu de “Boys”.
«Acho que estão todos motivados, alguns deles estão a jogar muito bem, acredito que este ano poderemos arrancar bons resultados. Se não conseguirmos por três ou quatro jogadores na fase final a prestação não será positiva. Eles estão cada vez mais fortes, acreditam cada vez mais em si próprios, já adquiriram competição ao longo dos últimos anos. Claro que este é o primeiro torneio internacional da época e, às vezes, os nervos poderão entrar em jogo, mas acredito que vão dar uma resposta positiva».
Declarações de João Coutinho, diretor-técnico nacional, à FPG-TV
«Penso que é o ano em que temos mais portugueses inscritos e obviamente que o golfe nacional tem de estar contente, porque é preciso ter-se um nível muito bom, um handicap baixo, para se poder participar nesta competição. Até temos jogadores que entraram pelo seu ranking mundial. E o público deve vir apoiar os nossos jogadores. Para eles é uma oportunidade única de jogarem ao lado de jogadores de grande nível.
«O European Tour fez há umas semanas a listagem dos melhores 25 jogadores com 25 ou menos anos e 11 deles participaram neste Internacional de Portugal. Sistematicamente vemos jogadores que se exibiram bem aqui e no ano seguinte estão no Challenge ou no European Tour. O nível é francamente bom e a FPG tem orgulho em organizá-lo.