Ministro das Finanças põe em causa “boa-fé” do FMI

Euclides Tsakalotos acusa o fundo de “dificultar a estratégia do governo” para sair da recessão

O ministro das Finanças da Grécia, Euclides Tsakalotos, acusou implicitamente o Fundo Monetário Internacional (FMI) de estar de má-fé em relação ao plano de resgate e de estar a dificultar a recuperação económica do país.

O fundo não pode “dificultar a estratégia do governo de sair do ciclo vicioso de medidas-recessão-novas medidas. O FMI disse que ao mesmo tempo que nos pressionava para as reformas, pressionava os nossos credores para a dívida, Mas toda a pressão está sobre nós, na medida em que os Estados-membros disseram que a discussão sobre a dívida só se vai abrir depois de concluída a primeira avaliação” dos esforços de ajustamento de Atenas”,  afirmou Euclides Tsakalotos, que disse ainda ter “dificuldade em ver que o FMI se comporte de boa-fé”.

Oministro das Finanças grego defendeu que “o Fundo deve compreender que nós somos um país europeu” e não pode “dificultar a estratégia do governo de sair do ciclo vicioso de medidas-recessão-novas medidas”.

O governo helénico e as autoridades europeias acordaram em 2015 um novo programa de resgate financeiro, o terceiro desde 2010, no montante de 86 mil milhões de euros. Até agora, o FMI não confirmou a sua participação no programa, e já disse que só participa se se aplicarem reformas credíveis.

O ex-ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, afirmou, por seu lado, que é mentira dizer que Portugal, Espanha ou Irlanda estejam a recuperar economicamente”. “A história da Europa nos últimos seis ou sete anos é uma comédia de erros. Erram e depois não podem admitir o erro, o que leva ao falhanço. Quando falham isso leva a austeridade e depois a mais falhanço”, disse Varoufakis.