O desaparecimento de Zephany tomou conta das páginas dos jornais sul-africanos desde o dia em que tudo aconteceu, em 1997. Uma mulher vestida de enfermeira aproximou-se de Celeste e pediu para pegar no bebé, que estava a chorar. A mãe ainda estava sob o efeito da anestesia, administrada para que conseguisse lidar melhor com as dores provocadas pela cesariana, e acabou por adormecer. Acordou algum tempo depois, com uma enfermeira a abaná-la e a perguntar “Onde está a sua filha?”.
Durante 17 anos, Celeste e Morné, pai de Zephany, continuaram a celebrar o aniversário da filha e a procurar a criança. Acabaram por ter mais três filhos, incluindo uma menina chamada Cassidy, três anos mais nova que Zephany, explica o Washington Post.
E foi Cassidy que ajudou (sem querer) a descobrir o paradeiro da irmã: quando entrou no liceu, vários colegas disseram-lhe que tinha uma sósia – uma jovem que andava no último ano. As duas começaram a falar e acabaram por se tornar amigas.
Morné começou a ficar desconfiado e pediu para conhecer a amiga. . "Fui ao Facebook e vi mais informações. Vi fotografias dela e era igual aos meus filhos", afirmou em tribunal. O homem dirigiu-se à polícia a contar o que tinha visto, foi recolhido ADN e chegou-se à conclusão que a jovem era mesmo Zephany, que esteve todos estes anos a viver a menos de dois quilómetros de Celeste e Morné.O reencontro deu-se há um ano, mas os pais da jovem tiveram agora que reproduzir perante o juiz tudo aquilo que sentiram.
"Quando ela chegou eu não conseguia parar de chorar. E finalmente disse: 'Encontrei-te. Procurei-te durante 17 anos e finalmente encontrei-te. És minha de novo", recordou Celeste em tribunal.
Zephany foi criada por uma costureira, hoje com 51 anos, que foi entretanto detida e está a ser julgada. Diz que está inocente, que a criança lhe tinha sido entregue por uma mulher que afirmava que esta era uma criança indesejada e abandonada pela família.