LG G5- o primeiro topo de gama modular

Fomos a Barcelona para o Mobile World Congress conscientes de que é um ‘mundo’, local preferencial para as marcas apresentarem os seus novos dispositivos e propenso a novas tecnologias. E a LG não era exceção. A expectativa estava criada pelo convite, pelos rumores e até por algumas imagens (criticadas) que já circulavam, nas habituais fugas…

Mas a LG, um pouco à parte de tudo, apresentou o seu novo flagship, o G5. E tudo mudou. Indiscutivelmente acabou por surpreender… e em vários pontos. É um novo rumo dado a uma linhagem que já perdura, a gama G. Mas está radicalmente diferente dos seus predecessores, ou até de qualquer outro smartphone disponível atualmente.

O novo LG G5 é modular. Mas o que é isto? Consiste em ter algo que podemos modular, mudar conforme a necessidade, utilidade ou preferência. Um conceito há muito falado por diversas marcas, é que agora foi materializado pela LG num smartphone. O mérito é merecido.

A imagem, design, tinha de mudar, não só pela imposição de qualidade perante os concorrentes, mas também pelo seu novo conceito modular. Completamente alheia à antiga linha, este G5 abandona o plástico (ainda bem) do chassis e adota o metal como parte fundamental para a robustez, e elegância. É na base está a componente modular. Basta pressionar um botão lateral para remover a ‘tampa’, a zona posterior deslizante com a bateria incorporada. Mas não é só isto!

O utilizador tem à disposição dois módulos, adquiridos separadamente e ambos fabricados pela LG, capazes de funcionar com o G5. Têm a necessidade de incorporar a bateria, mas basta inseri-los no G5 para aumentar o leque de opções: um para quem gosta de música e outro dedicado à fotografia. Denominadas LG Hi-Fi Plus e LG CAM Plus, assumem-se com uma extensão para as funcionalidades do telemóvel, e fazem a diferença. 

Para já apenas estão disponíveis estas soluções da própria LG, mas o código está totalmente aberto, o que pode significar mais inovação e novos módulos.

O LG Hi-Fi Plus é para os amantes do som. Desenvolvido em parceria com a especialista em áudio dinamarquesa Bang & Olufsen, é um amplificador externo que permite a reprodução de músicas a 32-bit. Consegue processar e recodificar conteúdo de qualquer app que emite som, músicas do Spotify ou vídeos do Youtube, e claro, da biblioteca pessoal.

Por fim há o LG CAM Plus para a fotografia. A marca firma este campo como fundamental, e é a mais valia das anteriores gerações. Este Cam Plus acrescenta funcionalidades, comandos e uma bateria auxiliar de 1100mAh. Para isso aumenta um pouco a espessura na base, mas ao ser manuseado como câmara, serve de pega (pequena), e incorpora um botão de disparo e roda para zoom.

Outra novidade curiosa no campo fotográfico é a inclusão de duas câmaras traseiras: uma de 8MP com campo de visão a 135º, e uma de 16MP com campo de visão de 78º. A lente de 135º oferece um ângulo de visualização aproximadamente 1.7 vezes maior do que os habituais smartphones, e 15º mais alargado que o campo de visão de um ser humano, facilitando a captação de paisagens, edifícios altos ou grupos maiores, sem ter de se distanciar do objeto. O software gere ambas dependendo do modo, ou zoom, que pretendemos. A câmara frontal ‘cresceu’ para 8mp para aprimorar as selfies.

O ecrã do G5 é também ele diferente. Mantêm-se QHD e junta tecnologia Quantum, mas agora possui 5,3’’ e junta o 3D Arc Glass. Resume-se ao arco, curva nas extremidades que o junta em harmonia ao corpo de alumínio. É por isso um pouco mais pequeno que o anterior G4 (5,5’’), mas junta tecnologia ‘Always On’, a mesma usada no pequeno ecrã secundário do LG V10. Permite visualizar continuamente informação no ecrã mas com um baixo consumo energético (requer apenas 0,8 por cento da capacidade total da bateria por hora para operar).

A ideia, ou fato de ter sempre o ecrã ligado (embora de baixa luminosidade) pode parecer contraproducente, mas a LG responde. Por norma um utilizador liga, toca no ecrã do smartphone até 150 vezes por dia, habitualmente apenas para verificar o tempo ou horas. O que significa ligar e mostrar o Wallpaper, luzes, cores, um ecrã norma. E isto significa um enorme consumo energético, que desta forma é quase abolido.

No desempenho a marca enveredou pelo novíssimo processador Qualcomm Snapdragon 820, um processador a 64 bit que incorpora uma gráfica Adreno 530 e funcionalidades de baixo consumo Hexagon DSP. Em termos de Benchmark ‘arrasa’ o anterior 810, e deixa para trás o aquecimento e as quebras de rendimento… e muitas críticas. Acrescenta 4GB de memória RAM LPDDR4, 32GB de armazenamento com possibilidade de expansão por microSD (até 2 TB) e o mais recente Android 6.0, ou Marshmallow. A conectividade está entregue ao Wi-Fi 802.11 a, b, g, n, ac , porta USB Tipo-C, NFC e Bluetooth 4.2.

Algo de que sentimos falta foram os botões colocados na tampa traseira, uma inovação colocada nos seus smartphones e já copiada por outras. Era já uma característica, mas foi o custo da inovação e uma necessidade para manter a bateria removível, e a nova base modular. Mas nem tudo foi perdido, porque no seu local, encontramos um novo sensor de impressões digitais. A bateria teve de ser sacrificada e baixou para um valor de 2800mAh.