Tailândia, China, México, Peru: a origem é variada e o mercado de consumo ainda mais – pelo menos 18 países, entre a Ásia, os Estados Unidos e a Europa, Portugal incluído. À revista “Visão”, Philip Nitschke (um antigo médico e reconhecido militante pró–eutanásia que por essa batalha ganhou a alcunha de “Dr. Morte”) diz que a organização Exit International tem 30 registos diferentes de potenciais clientes da droga com morada em Portugal. “Cerca de metade dos membros inscritos compraram o nosso livro, e geralmente todos o fazem com o fim de obter a droga”, refere Nitschke, deixando em aberto a possibilidade de alguns poderem tê-la tomado. “Sabemos que alguns indivíduos a receberam e, como nunca mais ouvimos falar deles, acreditamos que, provavelmente, a droga terá sido usada.”
Droga para animais Usar a droga no mundo da veterinária é uma prática recorrente. O fim é o mesmo: a morte de animais de grande porte (ainda que possa ser usada apenas para anestesiar estes animais).
O produto está disponível no mercado português, mas a aquisição está restringida a médicos veterinários. “Há medicamentos veterinários que contêm a mesma substância ativa, mas são de uso exclusivo por médicos veterinários e adquiridos nos distribuidores autorizados pelo Infarmed, mediante receita médico-veterinária especial e seguindo os requisitos obrigatórios para a aquisição de estupefacientes”, referiu à “Visão” a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária.
Riscos do mercado negro Regra geral, a droga é vendida na sua forma líquida (mas em alguns casos também está disponível em pó).
Com a quantidade adequada (entre 10 e 12 gramas, segundo o próprio “Dr. Morte”), uma toma basta para que se consiga o efeito desejado: a morte. E o resultado é obtido em poucos segundos.
Mas o processo não é isento de riscos. Sobretudo porque, estando em causa a compra e venda através da internet, a qualidade do produto que se está a adquirir não pode ser garantida a todo o momento (a Exit International mantém um registo atualizado dos pontos seguros de venda, mas o acesso a essa lista tem um custo associado).
O consumo de produtos neste mercado negro “acarreta vários riscos, nomeadamente a ausência da substância ativa, a sua presença numa quantidade inadequada e a possibilidade de os fármacos estarem contaminados com substâncias tóxicas”, referiu àquela revista a presidente da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, Rosário Órfão.