Sentimentos opostos nos dois partidos norte-americanos, com os democratas a verem consolidado o favoritismo da sua candidata enquanto os republicanos enfrentam uma ameaça cada vez maior do candidato antissistema ao mesmo tempo que o escolhido do aparelho, Marco Rubio, continua a desiludir.
Com vitórias no Alasca, Oklahoma e principalmente no Texas, Ted Cruz agravou ainda mais a agonia republicana: o favorito da ala radical Tea Party somou ainda quatro segundos lugares e consolidou-se como alternativa principal ao polémico Donald Trump. Um problema para o aparelho republicano, que se pode ver obrigado a resignar-se com a escolha menos má – um membro do Tea Party é, ainda assim, preferível a um candidato que ignora toda a estrutura partidária.
“Eu vou ser o unificador”, disse Trump depois da jornada eleitoral que o deixou com 124 delegados de vantagem sobre o segundo classificado. Impulsionado por uma noite arrasadora, Trump começou a posicionar-se como representante do partido na batalha contra os democratas: “Vamos ser mais inclusivos, mais unidos”, prometeu numa conferência de imprensa em que não deixou de atacar os seus rivais, principalmente o “peso leve, Marco Rubio”.
Do outro lado, também Hillary Clinton aproveitou para atacar os republicanos como forma de mostrar que está cada vez menos preocupada com a ameaça de Bernie Sanders. “O trabalho não é fazer da América grande outra vez”, disse em referência ao slogan de campanha de Trump – “a América nunca deixou de ser grande”, rematou de seguida. A ex secretária de Estado soma agora 544 delegados contra 349 do seu adversário esquerdista, numa corrida que se vencerá com 2.383 delegados à Convenção Nacional de Julho.