Um recente estudo, da consultora PwC, a analisar as tendências do mercado imobiliário para este ano coloca Lisboa nessa excelente posição e diz mesmo que há um sentimento de que Portugal voltou a estar no radar dos investidores e voltou a recuperar a sua credibilidade como destino seguro para investimentos neste setor.
O estudo é também importante por reconhecer que a construção e reconstrução residencial da reabilitação urbana começou por ser feita para o segmento de luxo estando, no entanto, a mudar e a virar-se para outras procuras, menos elitistas, embora as taxas de retorno em algumas zonas, na ordem dos 5%, continuem a atrair os investidores mais fortes.
Cito, por terceiros, o relatório da PwC, sublinhando a ideia de que o setor imobiliário europeu está otimista em relação às perspetivas de negócios para este ano, também pelas melhorias no desemprego e pela manutenção das taxas de juro em níveis historicamente baixos, a fazer do imobiliário um destino atrativo para investimentos.
“O imobiliário oferece um retorno que não é possível encontrar, com um nível de risco semelhante, em obrigações”, leio na imprensa especializada que também fala no dinâmico crescimento da logística, motivado pelo grande crescimento do comércio online que tende a substituir os imóveis destinados ao retalho.
O imobiliário, mesmo sendo um dos motores da economia, é sempre também um espelho do que acontece numa sociedade. E se a logística cresce, à custa do retalho, o investimento em imobiliário residencial também continua a crescer, pelo turismo residencial e pela crescente vontade de um regresso das populações aos centros das cidades.
Uma outra consultora, a Cushman & Wakefield, revela que, cito, o investimento em imobiliário, na soma de todos os segmentos, atingiu em 2015 os 1,9 mil milhões de euros que corresponde ao valor mais alto de sempre no nosso país. E isto sem contabilizar as transações de compra de edifícios para a reabilitação, ainda por apurar.
Os preços altamente competitivos do imobiliário português quando comparados com outros de outros países europeus ajudam a explicar estes números recordes. O imobiliário português é hoje um destino para investimentos idênticos aos de outros mercados imobiliários com enorme procura. Portugal está no radar, como se diz, dos investidores.
Como curiosidade final para esta reflexão, acrescento o que já não é tão evidente mas os números parecem confirmar – os campeões da procura de imobiliário português foram os investidores dos Estados Unidos da América. Investimentos cuja proveniência estava longe de ser reconhecida como sendo a primeira em Portugal.
Neste, como noutros setores, as ideias feitas nem sempre são as que se confirmam. O que se confirma é este bom comportamento das exportações portuguesas de imobiliário.
*Presidente da CIMLOP – Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
