O rei de Espanha quer que os partidos negoceiem

Estamos a caminho de novas eleições em Espanha nos finais de Junho. No intervalo, Filipe VI vem a Portugal à posse de Marcelo Rebelo de Sousa

Filipe Vi comunicou ao presidente das congresso espanhol, o socialista Patxi López que não irá iniciar uma nova ronda de consultas com os partidos políticos de imediato.

Apesar da derrota na semana passada, na indigitação do líder do PSOE, Pedro Sánchez, o rei quer dar espaço para que os partidos façam o seu trabalho e negociassem um possível entendimento.

“Sua a majestade comunicou ao presidente do congresso a sua decisão de não iniciar, neste momento, novas consultas com os representantes dos partidos políticos, de forma que as formações políticas possam levar a cabo as actuações que achem convenientes para os resultados previstos no artigo 99 da constituição”, rezava o comunicado publicado no site da Casa Real.

E caso falhem as negociações?  Desde a proposta de investidura, no início da semana passada, o parlamento espanhol tem dois meses para conseguir uma maioria governamental, caso isso não seja possível, serão convocadas novas eleições em finais de junho deste ano.

A agenda do rei é carregada nas próximas semanas, hoje vai a um concerto de homenagem às vítimas do terrorismo e na próxima quarta-feira viajará a Lisboa para estar presente na tomada de posse do novo Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

Se a agenda do chefe de Estado espanhol é complicada, a política local parece não ser menos: PSOE e Ciudadanos não têm maioria no parlamento, e nem Podemos nem o Partido Popular parecem estar dispostos a deixar passar Pedro Sánchez como chefe do governo.

A decisão do rei é uma meia derrota para Mariano Rajoy que pretendia ser indigitado, desta vez, para tentar formar um governo de grande coligação, dirigido por ele, e com PP, PSOE e Ciudadanos.

No outro lado do espectro político, Pablo Iglesias, do Podemos, convocou uma reunião de partidos de esquerda, Podemos, Compromís e Esquerda Unida, com o PSOE, sendo que este se recusa a participar em qualquer encontro, sem os seus sócios dos Ciudadanos.

Por sua vez, o PSOE já ameaçou deixar cair as câmaras municipais do Podemos que dependem do apoio do PSOE, como forma de retaliar a não indigitação de Pedro Sánchez. No meio desta troca de acusações, parece cada vez mais claro que Espanha se prepara para novas eleições, e que aquilo que assistimos nos últimos dias, mais que procurar um governo é o começo de uma nova campanha eleitoral.