A embarcação, construída por encomenda pelo governo Regional dos Açores e avaliada em 50 milhões de euros, foi o epicentro de um processo polémico após a empresa pública que o encomendou, a Atlânticoline, se ter recusado a recebê-lo. O ferryboat, com capacidade para receber 750 passageiros, acabou por nunca chegar a este arquipélago. Na base da recusa, os responsáveis açorianos alegaram que o navio não cumpria as exigências no caderno de encargos, nomeadamente na velocidade máxima de nós. A diferença na velocidade era de cerca de dois nós.
Após um processo que opôs em tribunal a Atlânticoline e os ENVC, o navio acabou por ser vendido à empresa Douro Azul em setembro de 2014 por 8,75 milhões de euros. Apenas três meses depois, a empresa comunicou a intenção de revender o ferryboat. Cinco meses mais tarde, o negócio foi consumado por 17 milhões de euros, sensivelmente o dobro do que tinha custado.
Agora, o Atlântida chama-se MS Spitsbergen e navega na costa norueguesa: as imagens falam por si. Com duzentas camas e capacidade para 320 passageiros, o ex-Atlântida é descrito pela empresa que o detém como “moderno” e “amigo do ambiente”.