Mas também ia mais longe: colava-se à mania das TVs e jornais e rádios (comunicação social, enfim) entrevistarem nos seus telejornais e outros diversos informativos uns quantos transeuntes, sobre os temas candentes da Nação. Por estas e por outras, ou seja, por não me interessar a opinião acesa dos transeuntes, é que eu sou a favor da democracia indireta e orgânica, ou seja, parlamentar. Como expressou muito bem Miguel Esteves Cardoso, numa das suas recentes crónicas do Público, não me interessa para nada sequer ‘a Universidade do Sempre Ouvi Dizer (SOD)’ ou a sua ‘eterna concorrente, Universidade de Já A Minha Avó Dizia (JAMAD)’.
Antigamente a ‘vox populi’ tinha o seu interesse, porque se alicerçava em opiniões que atravessavam décadas, talvez séculos, seguramente várias gerações. Agora nasce aos microfones da comunicação social, de geração espontânea, sem a menor preparação.
Sobre a eutanásia (um dos temas abordados pela sondagem do Expresso, nos termos simplistas de ser a favor ou contra), que me faz muita impressão, e que como católico me parece rondar o atentado à vida (embora não pretenda impor o meu catolicismo a todos), e que ainda por cima anda muito sobre a distanásia no principio das doenças – não me sinto em condições de pronunciar nada. A não ser o meu catolicismo muito pessoal.
Mesmo sobre a nacionalização do Novo Banco (outro tema da dita sondagem, abordado de forma tão simplista como as entrevistas aos transeuntes), sou assaltado por inúmeras dúvidas. Mas quando vejo figuras como Vítor Bento a defendê-la, penso que argumentos fortes a seu favor haverá certamente. E que parece preferível a uma venda por qualquer preço, ainda por cima a espanhóis que já dominam demasiado a nossa Banca, lá isso parece.