Raul Castro deu a entender desconhecer a existência de prisioneiros políticos e de violações dos direitos humanos em Cuba. "Julgo que a questão dos direitos humanos não deve ser politizada", afirmou. "Acredita que há um direito mais sagrado do que o da saúde, para que nem uma criança morra por não ter acesso a uma vacina? Em Cuba, todas as crianças nascem num hospital e são registadas no mesmo dia", acrescentou Raul Castro.
O presidente cubano desafiou mesmo um jornalista a apresentar-lhe uma lista dos prisioneiros políticos existentes no seu país: "Dê-me um nome e ele será libertado esta noite".
Barack Obama minimizou a questão, afirmando que os EUA mantêm relações diplomáticas com vários países com os quais existem divergências em relação a questões ligadas aos direitos humanos.
"Temos grandes diferenças com os chineses acerca de direitos humanos. Vou brevemente ao Vietname e também tenho grandes diferenças com eles", disse o presidente dos EUA.
"Não podemos forçar a mudança em nenhum país. Eu tenho fé nas pessoas. Acho que se me encontrar com os cubanos aqui, eles sabem que pessoas são pessoas. Acho que a mudança irá ocorrer", acrescentou.
Mesmo assim, Obama fez questão de sublinhar que o assunto tinha sido discutido. "O nosso ponto de partida é que temos dois sistemas diferentes, dois sistemas diferentes de governo e de economia. E temos décadas de diferenças. Estamos a avançar e não a olhar para trás. Não vemos Cuba como uma ameaça para os Estados Unidos", afirmou.
O presidente dos EUA referiu ainda que o embargo económico “vai acabar”, mas ainda não está definida uma data para a implementação desta alteração. Isto porque é necessária a aprovação por maioria do Congresso norte-americano e por maioria qualificada do Senado.