Esta bandeira custou mais de 15 milhões. E não vai representar ninguém

A maioria dos neozelandeses rejeitou nas urnas a mudança da bandeira do país. Um referendo que marcou o final de um processo que durou mais de um ano e custou 17,6 milhões de dólares (15,8 milhões de euros) aos cofres do Estado.

Mais de 1,2 milhões de eleitores, ou 56,6% dos que se dirigiram às urnas, rejeitaram a mudança e forçaram a manutenção do estandarte que representa o país há mais de 100 anos, acusado pelos críticos de ser uma relíquia dos tempos de colonização britânica e ainda por cima demasiado parecido com a bandeira da Austrália.

Foi a última etapa de um longo processo apoiado pelo primeiro John Key, um grande entusiasta da mudança de bandeira e portanto o principal derrotado do referendo.

A votação que decorreu nas últimas três semanas fez-se entre a bandeira antiga (e atual) e a proposta vencedora entre os 10.292 desenhos propostos numa primeira etapa.

Cinco desses projetos foram sujeitos a votação em novembro de 2015 e a Silver Fern, estandarte de fundo azul com uma folha de feto prateada, a simbolizar a mítica seleção de râguebi do país, foi então escolhida por 40% dos eleitores para disputar a votação final com a bandeira centenária.

Mas nos resultados anunciados na noite de quarta-feira ficou-se pelos 43,2% dos votos. E acabará guardada na gaveta. “A Nova Zelândia votou para manter a nossa atual bandeira. Encorajo todos os neozelandeses a usá-la, adotá-la e, mais importante, a ter orgulho nela”, escreveu John Key na sua conta de Twitter.

nuno.e.lima@sol.pt