O PMDB, um dos partidos que dá base parlamentar ao governo do PT liderado por Dilma Roussef, anunciou na tarde de ontem o seu afastamento da coligação.
A decisão foi anunciada pelo senador Romero Jucá, tendo sido o vice-presidente do Brasil e líder do PMDB, Michel Temer, a confirmar uma decisão alcançada por aclamação, apesar de ter estado ausente do encontro.
O PMDB decidiu ainda que os ministros do partido deverão deixar os seus cargos. E perante a recusa pré-anunciada do titular da pasta de Ciência Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, foi anunciado que os membros que não respeitarem a decisão do partido serão alvos de processos disciplinares.
Na reunião participaram mais de 100 membros da direção nacional do PMDB e os ministros foram avisados de que não podem exercer qualquer outro cargo federal.
“A partir de hoje [ontem] nesta reunião histórica para o PMDB, o partido retira-se da base do governo da presidente Dilma Rousseff e ninguém no país está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do PMDB”, avançou Jucá. Os ministros devem deixar o cargo no próximo dia 12 de abril, segundo avança a imprensa brasileira.
Os deputados presentes na reunião gritavam “fora PT” e “Brasil, para a frente, Temer presidente”. Apesar de Temer exercer como vice-presidente, o partido responsabilizou o governo pela crise “económica, política e social” que o país vive.
A decisão foi tomada numa reunião que durou menos de quatro minutos e deixa ainda mais frágil o governo da presidente brasileira, Dilma Rousseff, que perde assim um aliado de 13 anos.
Uma vez que a presidente brasileira é alvo de um processo de destituição (impeachment no termo adotado pelo Brasil) na Câmara dos Deputados, os votos do PMDB são vistos como essenciais para que o governo possa travar o processo.
A seguir ao PT, o PMDB detém a maior bancada na Câmara, com 68 deputados federais e 18 senadores. O atual executivo teme agora que outros aliados como o PRB e o PP possam também abandonar. “Vai acontecer o que aconteceu em 2003 e vamos ter uma espécie de coligação sem a concordância da direção. Não sei se é possível mas acho que é”, avançou à imprensa brasileira o ex-presidente Lula da Silva, que nos últimos dias, juntamente com Dilma, tentou convencer os aliados a não desertar.