Na audição da comissão de inquérito do caso Banif, o gestor admitiu que o banco já enfrentava uma “séria crise de confiança” devido às reticências de Bruxelas com o plano de reestruturação do banco, que permitiria vender a instituição. Mas a notícia da TVI precipitou o
“Uma notícia precipitada e absolutamente inimaginável agudizou de forma dramática a situação do banco, afectando as condições de liquidez e solvência do banco de uma maneira muito impressionante. É nesse contexto que surge a resolução, que é decisão do Estado”, indicou o gestor.
Amado considerou que a notícia acentuou o que designou de “tempestade perfeita” que se abateu sobre o banco. “É difícil imaginar um conjunto de circunstâncias tão críticas do ponto de vista de estabilidade de um processo em curso”.
Segundo recordou o gestor e antigo ministro socialista, a equipa de gestão chegou ao Verão do ano passado com a convicção de que seria possível apresentar um plano de restruturação do banco no início de Setembro e encetar um processo de negociação que “praticamente acolhia todos os pressupostos” pretendidos pela Comissão Europeia.
Face à melhoria de capital, de liquidez e da confiança, “parecia-nos que havia condições para que o plano de reestruturação fosse aprovado, que era condição essencial para que houvesse venda do banco”, explicou.
Mas, com o “vazio” de poder provocado pelas eleições legislativas, a Comissão “impôs as suas regras” e o desenvolvimento da reestruturação à luz da aprovação do plano “foi posto em causa”. O banco entrou então numa “séria crise de confiança”, que a notícia da TVI veio agudizar. “Há sensação de morrer na praia”, admitiu aos deputados.