Em 2015, o número de participações de crimes registadas em Portugal subiu face ao ano anterior (em que também já se tinha verificado um agravamento). Mas o número de crimes violentos diminuiu em comparação com 2014, aponta o Relatório Anual de Segurança Interna, entregue ontem pela secretária-geral do Sistema de Segurança Interna na Assembleia da República.
O documento – que junta os dados anuais de todos os órgãos de polícia criminal – soma 356 mil participações de crime, mais 4721 que em 2014. Em sentido contrário, a criminalidade violenta registou menos 124 casos que no ano anterior (num total de 18 964 situações).
Mas mesmo assim há, no capítulo dos crimes violentos, alguns tipos de criminalidade que se destacam pelo aumento registado: a extorsão (com uma subida de 45%) e os assaltos a farmácias (que dispararam 67%) são dois exemplos disso mesmo, segundo dados publicados na edição online do “Expresso”.
Ainda dentro dos crimes violentos, os assaltos a residências e os furtos de metais preciosos diminuíram (respetivamente 16% e 21%). Santarém foi o distrito onde os crimes violentos mais subiram e Faro, por contraste, foi o distrito com a maior redução destes crimes.
Segundo o relatório de segurança interna de 2015, os crimes florestais terão dado um contributo significativo para o aumento geral da criminalidade. No ano passado registaram-se 5145 destes casos, num aumento de 106% face a 2014. Este valor estará diretamente relacionado com o aumento do número de fogos que assolaram o país no ano passado.
Subidas em flecha De volta aos chamados crimes ligeiros, as burlas informáticas destacam-se pelo crescimento de casos de um ano para o outro. Só na comparação entre os dois últimos anos, as burlas informáticas subiram 41%, com 659 casos registados em 2015.
Também as apreensões de droga continuam a crescer, com a heroína em posição de destaque: sobe 201% (duzentos e um) em comparação com 2014. A cocaína também registou um aumento, mas neste caso de 62%. Só o haxixe segue em sentido contrário, registando, de resto, uma diminuição muito significativa do número de apreensões: menos 92% de casos.
Crimes a dois tempos Primeiro, a violência doméstica: diminuíram os casos, em linha com a redução do número de mulheres assassinadas pelos (ex-)companheiros. Depois, os crimes sexuais, em particular contra menores: as violações e a pornografia de crianças subiram 82% quando comparadas com o ano anterior (2014).
O relatório do ano passado tem um dado inédito, na sequência da lei que criminaliza os maus -tratos a animais de companhia. Foram registadas 1330 situações.