A petição foi lançada na internet a 21 de fevereiro e em pouco mais de 24 horas os animadores do manifesto conseguiram as quatro mil assinaturas necessárias para levar o debate ao Parlamento. Na altura, João Semedo disse ao SOL que a recolha de assinaturas era para continuar: «Não temos nem uma meta nem um limite, fazemos da petição um instrumento de esclarecimento e debate».
O antigo dirigente bloquista nunca escondeu, no entanto, que a intenção da recolha de assinaturas tinha S. Bento como destino. Também Laura Ferreira dos Santos – uma das fundadores do movimento cívico – disse que a ideia da criação da plataforma de recolha de assinaturas «teve sempre como propósito forçar os partidos a discutir o tema».
Sessão de esclarecimentoem Lisboa
Um mês depois, porém, a petição continua disponível, mas os animadores admitem que o salto para o Parlamento pode estar para breve. Hoje, o Direito a Morrer com Dignidade realiza uma sessão Pública às 17h, na escola secundária Pedro Nunes, em Lisboa, antecedida por uma assembleia privada às 14h30. «A comissão vai propor que a petição seja entregue proximamente no Parlamento, admito que essa seja também a decisão da assembleia», disse ao SOL João Semedo.
Além da reunião sobre a estratégia a seguir, o Direito a Morrer com Dignidade protagoniza hoje mais uma sessão pública de esclarecimento que conta com oradores das mais diversas áreas. Do lote fazem parte a atriz Fernanda Lapa, o advogado Francisco Teixeira da Mota, Jaime Teixeira Mendes (presidente do Conselho Regional Sul da Ordem dos Médicos) e as docentes universitárias Inês Godinho e Filomena Molder.
O Direito a Morrer com Dignidade é um movimento de cidadãos, criado em novembro passado por Laura Ferreira dos Santos e pelo médico nefrologista João Ribeiro Santos. A despenalização da morte assistida não fez parte de nenhum program político dos partidos com assento parlamentar, pelo que muitos opositores da legalização da eutanásia defendem que a discussão deverá ser deixada para a próxima legislatura.