Carlos Costa está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito ao Banif, que foi alvo de uma medida de resolução em dezembro do ano passado. O governador explicou que a partir de outubro começaram a ser estudados cinco cenários de intervenção no Banif, em articulação com o Ministério das Finanças: a capitalização pública com venda do banco em dois anos, a recapitalização com recurso a credores do banco (o chamado bail in), a criação de um banco de transição como foi feito com o BES, a resolução com venda imediata ou a liquidação.
O BdP começou por preferir uma capitalização com recurso a investimento público, já que era a que promovia melhor a "estabilidade do sistema financeiro". O Governo propôs então a integração do Banif na Caixa Geral de depósitos e o BdP "avaliou positivamente" essa proposta.
Mas esse plano foi chumbado pela Comissão Europeia, já que a CGD tinha inibições regulamentares por também ter recebido ajudas de estado. Se o banco público recebesse ajudas públicas para recapitalizar-se depois da entrada do Banif, isso implicaria em si mesmo uma resolução – explicou o governador.
Perante as reticências do BCE face a um banco de transição e com o risco sistémico que um "bail in" traria, Carlos Costa indicou que "houve afunilamento progressivo" para duas soluções: a liquidação ou a resolução com venda rápida.
A liquidação traria custos a todos os credores do banco, incluindo parte dos depositantes, pelo que restou a resolução. "Era a única alternativa", assumiu o governador.