Maria Luís Albuquerque recordou que em 2013, a troika tinha “ceticismo” quanto à viabilidade do Banif e que mostrou reticências quanto a uma capitalização pública. No governo havia dúvidas e “foi com base nos pareceres do regulador que se decidiu avançar”, sublinhou a ministra. Na altura, o Banco de Portugal considerou que a recapitalização pública era a opção menos gravosa, face a uma eventual nacionalização ou liquidação do banco.
O banco entrou depois num complexo processo de definição e negociação com Bruxelas sobre um processo de reestruturação, em que estiveram envolvidos os vários intervenientes: administração do Banif, governo e banco de Portugal.
Segundo Maria Luís Albuquerque, o caminho seguido quer pelas Finanças quer pelo regulador era aprovar o plano de reestruturação e a venda do banco. Mas a antiga ministra criticou uma “inversão” de rumo do Banco de Portugal, em meados de novembro do ano passado.
A 17 de novembro o regulador envia uma carta à ministra onde indicava que o banco corria o risco de falhar os rádios de capital impostos pelas regras europeias, e sugere que a instituição fosse recapitalizada com dinheiros públicos. “Fui apanhado de surpresa. Fiquei desagradada. Propunha uma solução com a qual não concordava e que implicava um ónus para os contribuintes”, disse a antiga ministra.