De acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal, as instituições financeiras tinham 17,9 mil milhões de euros em crédito malparado, no final de fevereiro, o que representa um agravamento de cerca de 200 milhões de euros face a janeiro.
Este montante, que é o mais elevado desde Novembro, representa quase 9% do total de empréstimos concedidos pelos bancos a empresas e famílias.
As empresas não financeiras eram as principais responsáveis pelo crédito de cobrança duvidosa. Os dados do banco central indicam que 15,91% do total de empréstimos a empresas (12,9 mil milhões) era considerado malparado. Em Janeiro, a percentagem era de 15,53%.
Quanto aos particulares, o montante de crédito de cobrança duvidosa ascendia a cinco mil milhões de euros em fevereiro, o que representa 4,27% do total do financiamento concedido às famílias. Em Janeiro, a percentagem era de 4,26%.
Foi no crédito à habitação que se registou o maior agravamento. Nos empréstimos para a compra de casa, os bancos tinham 2,54 mil milhões de euros de difícil recuperação.
Um valor que representa 2,61% do total do dinheiro emprestado com este fim e que constitui a percentagem mais elevada desde que o Banco de Portugal começou a publicar estes dados em 1997.
No crédito ao consumo, 9,29% do total dos empréstimos era considerado como malparado no final de fevereiro. Uma percentagem que, ainda assim, traduz uma descida em relação aos 9,35% registados um mês antes.
Em termos de valor, porém, os créditos de cobrança duvidosa totalizavam 1,14 mil milhões de euros em fevereiro, acima dos 1,13 mil milhões de euros registados no mês anterior.