Em cerca de um ano e meio, apenas 2201 portugueses assinaram o testamento vital, revelou o “DN” no início do mês. Esta declaração permite ao paciente escolher “cuidados de saúde que pretende ou não receber e permite também a nomeação de um procurador de cuidados de saúde”, explica o portal do Serviço Nacional de Saúde.
Na mesma página são enunciados os passos a dar para preencher o documento. Primeiro, há que aceder “ao Portal do Utente, descarregar o formulário com o modelo de diretiva antecipada de vontade, preencher e entregar no agrupamento de centros de saúde ou na unidade local de saúde da sua área de residência. Seguidamente, o documento será “registado no sistema informático da saúde, o RENTEV”. Este é o sistema onde o testamento vital ficará “armazenado”. Desta forma, tanto os médicos como os utentes podem consultar a declaração quando necessário, “garantindo assim que a vontade anteriormente expressa é cumprida”. Apesar da lógica simples por detrás do preenchimento do testamento vital, a verdade é que o número de subscritores mostra um desinteresse quase absoluto da população.
Por oposição, a petição que pede a despenalização da morte assistida conseguiu oito mil subscritores (o dobro do legalmente exigido para levar a discussão ao parlamento) em menos de dois meses, comparação que não passou ao lado de quem pede a despenalização da morte assistida. “Rapidamente conseguimos as oito mil assinaturas, por oposição, por exemplo, aos subs – critores do testamento vital. O que só vem dizer que este tema diz muito às pessoas, há uma identificação muito forte”, considera Laura Ferreira dos Santos.