Almeida Rodrigues
Foi uma semana em que o diretor da Polícia Judiciária se pode orgulhar de dois sucessos de relevante significado. A detenção de dois inspetores da própria PJ, um deles na reforma, suspeitos de corrupção e de receberem luvas de redes de traficantes de drogas. E a apreensão de um perigoso arsenal de armas de guerra, em Vila Real, com 12 detidos, incluindo um sargento paraquedista. Quando se pergunta quem vigia os vigilantes ou quem controla a corrupção entre as forças da autoridade, estes casos dão garantias da eficácia da PJ e de que a Polícia trata todos por igual, mesmo os seus próprios chefes. O que reforça a segurança e a tranquilidade do país.
Maria Luís Albuquerque
Na mesma semana, ascendeu (contra a maioria das apostas) a vice-presidente do PSD, viu a subcomissão parlamentar de ética pré-anunciar que não há qualquer incompatibilidade na sua contratação pela empresa britânica Arrow, e ainda se saiu airosamente nas explicações à comissão do Banif. Encontrou em Passos Coelho – na seriedade, determinação e frieza – uma alma gémea na atividade política. Mas precisa de se autonomizar e correr em pista própria.
Sombra:
João Soares
É verdade que as suas tiradas foram de mau gosto, no tom canastrão que lhe é habitual e denotam que não convive bem com as críticas. Mas as bofetadas que prometeu eram, obviamente, metafóricas e não deixa de ser irritante ver excelsos paladinos da liberdade de expressão (de que usam e abusam, com destempero) agora muito ofendidos com a liberdade de opinião do ministro. O facto é que António Costa lhe tirou habilmente o tapete ao dizer o que disse. E, depois disso, só lhe restava mesmo demitir-se.
Pinto da Costa
Em 34 anos de presidência do FC Porto, é a segunda vez que enfrenta um momento tão crítico como o de estar três anos seguidos sem vencer o Campeonato. A seguir ao desnorte de 2000 a 2002, saiu-lhe a sorte grande com a contratação de Mourinho. Agora, para seu mal e do FC Porto, depois da ‘espanholização’ que permitiu no Dragão neste biénio, não se vê nenhum Mourinho à vista. Peseiro não tem condições para ficar. E o presidente desejaria Villas-Boas (muito caro para os padrões portugueses) ou Jesus (indisponível, pelo menos, mais um ano). Que fazer?
Crónica originalmente publicada na edição em papel do SOL de 09/04/2016