A decisão tem tudo que ver com as sucessivas más classificações do nosso país e também da queda nas audiências de um programa que, no passado, parava Portugal. No futuro, a ideia é encontrar uma fórmula que permita repensar o Festival da Canção e, assim, garantir que Portugal pode ter uma representação mais marcante na Eurovisão.
A verdade é que, apesar das críticas dos mais apaixonados pelo festival, em outubro já tinha sido dada a conhecer a decisão da estação de que Portugal não seria candidato nesta 61.ª edição doFestival Eurovisão da Canção, que acontece a 10, 12 e 14 de maio, em Estocolmo, na Suécia. E esta, de resto, não é a primeira vez que o nosso país não foi concorrente: o mesmo aconteceu nos anos de 1970, 2000, 2002 e 2013. «Depois duma longa e ponderada avaliação da nossa participação neste evento, e ao mesmo tempo a necessidade de substituir e criar novos conteúdos, decidiu a direção de programas da RTP não considerar este ano o Eurovision Song Contest na sua grelha de programação. Depois de algumas dezenas de anos a participar neste grande evento, vamos fazer uma pausa mas fica a promessa de um regresso na edição de 2017», lia-se num comunicado oficial que, de resto, já fazia adivinhar que, não só Portugal não teria um concorrente, como a RTPnão iria transmitir o festival.
Uma decisão que acabou por ser agora confirmada, sendo que o canal público não transmitirá o festival na antena e nem sequer numa das suas outras plataformas. Ou seja, quem quiser acompanhar a emissão terá de o fazer através do site da Eurovisão.
Edição polémica
De alguma forma, a polémica tem marcado todas as edições da Eurovisão. Ainda em 2014, escreveram-se rios de tinta sobre a participação de Conchita Wurst, também conhecida como a mulher barbuda. No entanto, a verdade é que a representante da Áustria acabou por vencer o concurso com a balada ‘Rise Like a Phoenix’.
Já este ano, a canção da Ucrânia ajudou a aumentar a tensão entre este país e a Rússia. Tudo porque o tema em questão, intitulado ‘1944’ e cantado por Susana Jamaladinova, aborda as deportações de tártaros da Crimeia – e uma das regras do festival é que as canções não tenham qualquer temática política. Apesar das críticas, o tema foi entretanto oficialmente autorizado a participar no concurso. «O grupo de referência do concurso da Eurovisão examinou a elegibilidade da canção da Ucrânia e concluiu que o título e as palavras da canção não têm nenhuma mensagem política e que não violam o regulamento do concurso. A canção pode participar no Festival Eurovisão da Canção de 2016», lê-se no comunicado da União Europeia de Radiotelevisão, que organiza o concurso.