Golfe. Joana Silveira e João girão líderes isolados a meio da prova

Beatriz Themudo e Vítor Lopes, que também comandavam no final do primeiro dia, desceram para o 2.º lugar após a segunda jornada no Oporto Golf Club e partilham a posição coim Sara Gouveia, Afonso Girão, Pedro Lencart e Tomás Silva.

Joana Silveira e João Girão não só mantiveram a liderança da véspera, como isolaram-se na frente do 83º Campeonato Nacional Absoluto Peugeot, que a Federação Portuguesa de Golfe está a organizar até ao próximo domingo, no Oporto Golf Club (OGC), em Espinho.
 
Joana Silveira, do Club de Golf de Miramar, teve uma segunda volta em 77 pancadas, 6 acima do Par, para totalizar 151 (+9), ficando com 4 de vantagem sobre duas perseguidoras: Beatriz Themudo (hoje com 81, +10), com quem partilhava ontem o comando; e Sara Gouveia (79, +8), que melhorou a 3ª posição que ocupava.
 
O 4º lugar contempla um grupo de três jogadoras com 20 acima do Par: Berenice Nunes Pedro, que hoje teve a melhor volta do dia em 75 (+4), depois de um dia de inspiração nos greens; Joana Mota (83, +12) e Inês Barbosa (81, +10).
 
Quanto a João Girão, a jogar em casa, igualou hoje o Par-71 do “seu” OGC, para agregar 140 pancadas, 2 abaixo do Par, dobrando a vantagem sobre os 2º classificados de 1 para 2 pancadas. Os seus perseguidores mais diretos são Vítor Lopes (hoje com 73, +2), com quem dividia ontem a 1ª posição; Pedro Lencart (72, +1); o bicampeão nacional em título, Tomás Silva (72, +1); e Afonso Girão, o campeão nacional de sub-18, que arrancou a melhor volta do torneio, em 68 pancadas, 3 abaixo do Par.
 
O segundo dia de prova amanheceu cinzento, ameaçando chuva, mas terminou soalheiro, com calor e o vento a soprar um pouco mais forte de norte do que no primeiro dia.
 
Regra geral, os resultados foram hoje piores. Alguns jogadores, como Joana Silveira, consideraram que as bandeiras estavam colocadas em locais um pouco mais difíceis mas outros, como Vítor Lopes, ponderaram esse fator como insignificante.
 
Já o selecionador nacional, Nuno Campino, apresentou outra razão: «A partir do momento em que se colocam os melhores jogadores a competirem uns com os outros, dado que neste segundo dia as saídas já foram feitas de acordo com a classificação, isso coloca logo uma maior pressão, porque durante todo o jogo vão tendo uma perceção direta do que os seus rivais estão a fazer. Isso torna as condições de jogo mais difíceis. O Afonso e Berenice vinham de grupos mais atrás, sabiam que precisam de jogar bem para se chegarem um pouco mais à frente, estavam em grupos com jogadores que não estão a jogar tão bem e sentiam-se mais descontraídos. O Afonso tem jogado bem toda a época e mostrou hoje que também é um candidato ao título». 
 
No torneio feminino, esta situação de os melhores classificados terem jogado juntos «criou uma evidente pressão e nenhuma foi capaz de jogar o que sabe e pode. De cada vez que uma se destacava em um ou dois buracos, imediatamente sentia a pressão e cometia erros a seguir. Nunca soltaram totalmente o seu jogo», explicou ao Gabinete de Imprensa da FPG José Ferreira, o treinador de Sara Gouveia, que acompanhou a sua jogadora durante os 18 buracos em que ela competiu com Beatriz Themudo e Joana Silveira.
 
O melhor exemplo que corrobora esta análise foi o que aconteceu com a vice-campeã nacional de 2015, Beatriz Themudo, que chegou ao 6º buraco isolada na frente, com 2 abaixo do Par, depois de birdies nos buracos 2 e 4. Mas 1 quádruplo-bogey no 6 (Par-4) minou-lhe a confiança, como a própria admitiu à FPG-TV: «Fui ao bunker do lado direito, dei 4 “sapos” e passei de 2 abaixo para 2 acima do Par, não conseguindo recuperar ao longo do jogo. Tenho a certeza absoluta de que foi uma questão mental, porque se não fosse o quádruplo o resultado teria sido muito bom. Mas há ainda dois dias de torneio, há que ter calma».
 
Calma é exatamente o que Joana Silveira também aponta como o fator-chave: «Tenho de manter a calma (nos dois últimos dias), tenho de estar muito bem à volta dos greens, os greens estão difíceis e se tiver cuidado com isso as coisas poderão correr bem. Hoje a volta não me correu tão bem, com 3 pancadas acima do Par nos primeiros nove buracos e +3 nos segundos nove. Não fiquei satisfeita porque não fiz birdies e ontem fiz 3. Achei que as bandeiras estavam mais difíceis em comparação com ontem e também acho que estava mais vento».
 
Se Joana Silveira não fez qualquer birdie, Berenice Nunes Pedro, Beatriz Themudo e Rita Felix conseguiram 3 cada uma, mas mais birdies vieram ainda de Afonso Girão, num total de 4, para 1 único bogey, uma volta muito consistente: «Joguei bem, “patei” muito bem, os shots poderiam ter sido melhores, mas mesmo longe da bandeira os putts entraram, pelo que não tenho nada a dizer, foi uma volta muito boa».
 
Antes do torneio começar, João Girão tinha desejado conquistar o título e que o seu irmão ficasse logo atrás dele. Aos 36 buracos é essa a situação que se vive, embora haja ainda muitos outros jogadores na luta, como o próprio líder sublinhou à FPG-TV: «Uma vantagem de 2 pancadas não é nada, não estou descansado ainda. Hoje senti que foi um dia muito parecido com o de ontem, continuo a dizer que é raro aqui em Espinho, só temos é que aproveitar estes dias para fazer bons resultados. Hoje estive muito inconsistente do tee, mas consegui dar bons shots para o green, falhei uns putts mas também meti alguns importantes. Foi isso que me permitiu chegar aos dois últimos buracos com +2 e depois acabei bem, com 2 birdies».
 
Vítor Lopes também fechou com 2 birdies seguidos, mas o jogador do Clube de Golfe de Vilamoura considera que foi o putt a impedi-lo de segurar a liderança que tinha aos 18 buracos: «Hoje li mal os greens e no 13 dei um mau shot porque fui parar a um arbusto, joguei de lá de dentro e fiz chip e 2 putts, custando-me 1 duplo-bogey. Não achei as bandeiras mais difíceis, foi-me indiferente, mas joga-se com mais pressão quando se joga no grupo dos que estão a liderar».
 
O Campeonato Nacional Absoluto Peugeot decorre até segunda-feira, havendo um cut no final do terceiro dia (amanhã) para o top-8 feminino e o top-43 masculino (incluindo empatados). De acordo com o regulamento da prova, o campeão e a campeã, bem como os seus respetivos 2º lugares, serão convidados pela FPG a jogar os respetivos Campeonatos Internacionais Amadores de Portugal em 2017.
 
Também de acordo com o novo regulamento, este ano são igualmente coroados em simultâneo os campeões nacionais de Segundas Categorias. Com o torneio a atingir o meio da prova, os líderes das classificações de Segundas Categorias são Berenice Nunes Pedro com 162 (+20), e Pedro Silva com 150 (+8). A jogadora do Lisbon Sports Club assinou voltas de 87 e 75 e é perseguida por Inês Santos, do OGC, com 168 (+26); enquanto o jogador de Miramar entregou dois cartões de 75 e enviou para o 2º lugar o líder de ontem, Guilherme Oliva, do Montado, a apenas 1 pancada de distância. Note-se que Pedro Silva tem apenas 13 anos e na classificação geral ocupa um bom 12º posto empatado.

* Federação Portuguesa de Golfe