A Bélgica entregou, esta manhã, Salah Abdeslam às autoridades francesas, na sequência de um mandado de detenção europeu emitido no dia 19 de março.
O principal suspeito dos atentados em Paris chegou a território francês por volta das 09h00 locais e será colocado em isolamento num estabelecimento prisional na região de Île-de-France, lê-se no jornal francês Le Monde.
Durante o dia, será presente em tribunal por assassinatos terroristas e participação em atividades de grupos terroristas, no âmbito das investigações aos ataques do passado dia 13 de novembro.
O único sobrevivente dos atacantes de Paris ficará a cargo de uma equipa de vigilância dedicada, composta por seguranças especializados e treinados para vigiar indivíduos considerados perigosos.
Para Jean Reinhart, advogado de algumas famílias das vítimas dos atentados, a extradição do suspeito demonstra que a justiça está em curso. “É preciso confiar na justiça. (…) Esperamos que, com o tempo, ele [Abdeslam] fale. Não acreditamos num milagre, não acreditamos de todo numa cooperação imediata”, acrescentou.
Recorde-se que Salah Abdeslam foi detido no dia 18 de março, no bairro de Molenbeek (Bruxelas), depois de quatro meses em fuga. O suspeito, de 26 anos, será representado por dois advogados, Frank Berton e Sven Mary.
Depois de se ter encontrado com Abdeslam, no dia 22 de abril, Frank Berton explicou ao Le Monde por que tinha aceitado defendê-lo. “Encontrei um jovem abatido, que demonstrou uma vontade genuína de falar o seu percurso de radicalização e sobre os feitos do dia 13 de novembro, bem como dos dias que precederam e que se seguiram”, adiantou Frank, acrescentando que se o suspeito tivesse optado por reivindicar os seus atos, não estaria a defendê-lo.