O Governo de Passos Coelho ainda inaugurou o Museu dos Coches e a nova sede da Polícia Judiciária, ambos projetos lançados noS consulados de Sócrates. Mas, com um custo total de 400 milhões de euros na nova autoestrada, a imponência da obra inaugurada hoje destaca-se. Só o túnel custou 88 milhões de euros, dos quais 17 milhões foram gastos em equipamentos de segurança. O Governo estará em peso na cerimónia, que será presidida por António Costa e contará com a presença do ministro das Infraestruturas, Pedro Marques. O próprio José Sócrates vai estar presente no evento.
A abertura ao tráfego na auto-estrada ocorrerá às 00h00 de domingo, o que marcará o fim de uma construção repleta de incidentes. As obras começaram em maio de 2009, depois de o governo de então ter entregue o contrato às construtoras Somague e MSF.
No lançamento, a obra foi justificada com a necessidade de reduzir a sinistralidade do IP4, uma das estradas mais mortíferas do país. Na década anterior à assinatura do contrato, o IP4 entre Amarante e Bragança atingiu uma média de 22 mortos por ano.
Resgate da obra
Não foi uma intervenção com vida fácil. Pouco tempo depois do início das obras, começaram os problemas. A escavação do túnel começa por ser suspensa duas vezes devido a providências cautelares, em 2009 e 2010, e no ano seguinte toda a obra para. A troika tinha entrado em Portugal, o Governo tinha mudado e, com o aperto da tesouraria do Estado, as relações entre concedente e concessionário azedam. A Somague recebe instruções do secretário de Estado Sérgio Monteiro para suspender os trabalhos, que começa a negociar verbas comunitárias para financiar a obra.
Depois de um longo processo negocial, o Estado acaba por resgatar a concessão do Túnel do Marão em 2013, alegando incumprimento pela concessionária Autoestradas do Marão. A Somague refuta e alega, por sua vez que houve «incumprimentos vários do concedente». O litígio mantém-se em tribunal arbitral, mas entretanto foi lançado um novo concurso para concluir o projeto.
Em julho de 2014, a Estradas de Portugal adjudicou a conclusão d o túnel e dos acessos a nascente e poente. A Teixeira Duarte ficou com o túnel, a Opway com a ligação a Amarante e o consórcio Ferrovial/Lena com a ligação a vila Real.