Os juros pagos por Portugal atingiram 3,252%, o que compara com os 3,13% obtidos na última emissão de dívida a dez anos, no início de maio. Mas a procura foi 1,59 vezes à oferta, o que levou o IGCP a aproveitar para colocar mais dívida. O intervalo indicativo da oepração estava entre 750 e mil milhões de euros.
“Foi um leilão que correu dentro do esperado, com a taxa em linha do que se faz no mercado secundário. Correu sem qualquer problema, talvez por isso se tenha optado por emitir um pouco acima do euros. A yield curve da dívida portuguesa não mostra qualquer tipo de stress com Portugal e os investidores aproveitam as oportunidades não só na dívida pública portuguesa como também na dívida das empresas portuguesas”, considera Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa.
Os juros marginalmente mais altos são desvalorizados pelos especialistas no mercado de dívida. “A taxa relativamente mais alta do que na emissão comparável de Março não é surpreendente, uma vez que há vários países a emitir obrigações a longo prazo na Europa, o que aumenta a concorrência para ser incluído nas carteiras dos investidores e dificulta a colocação com juros mais esmagados”, explica Steven Santos, gestor do banco BIG.
O responsável acrescenta: “O grande destaque foi o montante colocado, com os investidores a comprarem mais títulos do que inicialmente previsto pelo IGCP. Embora com juros mais altos do que na emissão comparável, a procura forte é um indicador saudável, se considerarmos que hoje é um dia muito concorrido na emissão de dívida periférica”.
