Desde que o vírus Zika foi identificado no Brasil em maio deste ano que foi declarado um estado de emergência em toda a América Latina pela Organização Mundial de Saúde, e o número de casos suspeitos no Rio de Janeiro é o maior em qualquer outro país. "Os Jogos podem aumentar a propagação do vírus, este evento poderia decorrer noutra cidade brasileira onde a doença seja menos perigosa", escreveu o autor da publicação, o médico Amir Attaran da Universidade de Ottawa, citado pelo "The Independent", .
"Não pode ajudar o facto de cerca de 500 mil turistas rumarem ao Rio'16, e que potencialmente poderão ficar infectados, regressar às suas casas onde os mosquitos Aedes [que transmitem o vírus Zika] em que as relações sexuais podem originar novos surtos", escreveu na publicação. E acrescenta: "basta um turista infectado, umas quantas infecções em alguns países ou continentes para originar uma crise de saúde pública à escala mundial pode ocorrer", termina.
Mesmo com este aviso é improvável que a menos de três meses – os Jogos começam dia 5 de Agosto e terminam dia 21 – as autoridades brasileiras tomem decisões tão dramáticas como as sugeridas pelos médicos de Harvard. A situação económica e política do país ligadas ao atraso na construção de infrastruturas próprias para receber os atletas e as diversas provas olímpicas podem até dar razões suficientes para que a prova não ocorra, mas isso não parece ser motivo suficiente.
A "Harvard Public Health Review"" convida estudantes e faculdades de várias disciplinas académicas, bem como público em geral a escrever sobre assuntos de saúde pública. Pode ler toda a publicação em inglês aqui.