OPA do CaixaBank “é oportuna”, diz Administração do BPI

CMVM divulga relatório de avaliação à proposta do banco espanhol.

O Conselho de Administração considera que a Oferta Pública de Aquisição do CaixaBank “é oportuna”, embora defenda que o valor oferecido é baixo.

No relatório de avaliação da OPA do banco espanhol, divulgado esta terça-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a administração do BPI diz que a proposta é “oportuna” por duas razões.

A primeira porque permite “criar um quadro que aumenta o leque de alternativas para solucionar o actual incumprimento pelo BPI do limite dos grandes riscos causado pela exposição do BFA a dívida pública angolana”.

Em segundo lugar porque “pode reforçar a capacidade do BPI para enfrentar os desafios e oportunidades que se colocam ao sector bancário, designadamente pressão significativa sobre as fontes de receitas, crescentes exigências de capital, aumento dos custos regulatórios, transformação digital e consolidação”

O Conselho de Administração “avalia a consolidação do BPI no CaixaBank como potencialmente positiva e considera que a mesma poderá contribuir para o BPI manter o seu estatuto como entidade independente”, “manter as suas parcerias de Banca/Seguros com o Grupo Allianz (Allianz Portugal e COSEC)”.

A Administração do banco presidido por Fernando Ulrich admite que, “no momento actual, a determinação de um preço para o BPI é particularmente difícil, tendo em conta alguns factores que não tem possibilidade de quantificar, designadamente a circunstância de não haver certeza quanto ao momento e termos em que o valor atribuído neste Relatório à participação do BPI no BFA poderá ser monetizado”

O facto de o sector bancário, e nessa medida, o BPI, “enfrentar potenciais custos significativos com a resolução do BES e do Banif” é outra das razões invocadas.

Apesar desta posição, o banco avalia as ações em 1,54 euros, um valor que está 38% acima dos 1,113 euros oferecidos pelo grupo espanhol.