Segundo explica Helena Seruca, do Banco Carregosa, o investimento em arte é sobretudo uma opção para um portfólio “de elevada dimensão”. E, embora implique “normalmente” boas taxas de valorização, há que ter cautelas: a liquidez depende muito do ciclo económico e “pode ser mais fácil ou mais difícil vender uma obra de arte consoante o momento económico, o que pode ser uma dificuldade para recolher as mais-valias do investimento”.
A diretora do private banking deixa ainda um alerta: como é uma área onde há um grande risco de falsificação e especulação, “o investimento deve ser acompanhado por especialistas, como na generalidade dos mercados”.
Embora o interesse neste mercado esteja a aumentar, são os indivíduos com elevada capacidade financeira a impulsionar este crescimento. As desigualdades de rendimento a nível global têm-se acentuado nos últimos anos, pelo que o aumento do número de milionários à escala global impulsiona as compras de arte.
Segundo um estudo da consultora Knight Frank, o número de indivíduos com um património superior a um milhão de euros supera hoje os 13 milhões em todo o mundo, acima dos 8,7 milhões contabilizados em 2005 – uma subida de quase 50% numa década. Durante a próxima década, a consultora espera mais de um milhão de novos milionários.