Dezoito anos depois, Lisbon é campeão pela segunda vez

O Lisbon Sports Club (LSC) conquistou hoje a 24ª edição do Campeonato Nacional de Clubes Mid-Amateur BPI, que a Federação Portuguesa de Golf organizou no Lisbon Sports Club, em Belas, para praticantes com 30 ou mais anos e handicaps até um máximo de 18,4 EGA.

Foi apenas a segunda vez que o LSC, capitaneado por João Inocentes, colocou o seu nome no troféu desta competição, depois do êxito em 1998.

O clube da Serra da Carregueira agregou 535 pancadas, 52 acima do Par, batendo por 7 o Quinta do Peru Golf & Country Club, que fora tricampeão nacional de clubes mid-amateur entre 2012 e 2014, quando a prova era ainda reservada a participantes com 35 ou mais anos.

Em 3º lugar ficou o Vidago Palace Golf, com 552 pancadas, o mesmo total do Troia Golf, mas com o último lugar do pódio a ser assegurado pelo sistema de desempate.

O Club de Golf do Estoril, com 8 vitórias, continua a ser o clube mais titulado nesta categoria, o último dos quais em 2007.

O LSC foi representado por Pedro Nunes Pedro (presidente do clube), João Inocentes (capitão), José Maria Cazal-Ribeiro (ex-campeão nacional amador e atual vice-campeão nacional de mid-amateur), Luís Costa Macedo, Tiago Tavares e Matthew Smith.

A equipa da casa dominou completamente a competição que contou com a participação de 20 equipas, o mesmo número do ano passado (o limite), tendo ficado de fora 4 inscrições.

Uma vez mais, não houve prova feminina por falta de quórum. O Lisbon e o Estoril ainda se inscreveram e o clube da linha de Cascais ainda tentou a formação de uma equipa “B” para que fosse atingido o mínimo exigido pelo regulamento de três formações, mas não foi possível.

Ganhar os singulares e os pares

O domínio do LSC começou logo no primeiro dia (anteontem). Jogaram-se 18 buracos de stroke play, contando os 5 melhores resultados individuais dos 6 possíveis e três dos seus jogadores conseguiram colocar-se no top-11 de uma eventual classificação individual: Costa Macedo com um excelente cartão de 70 pancadas, 1 acima do Par; Cazal Ribeiro com 74 (empatado com outros três jogadores) e Tavares com 76 (empatado com outros três participantes).

No final dessa jornada inaugural, com 390 pancadas, 45 acima do Par, a liderança do LSC era de apenas 1 para a Quinta do Peru e de 4 para Troia.

«Este torneio tem a característica de ninguém ganhar no primeiro dia, mas de ser possível perder-se o título logo no primeiro dia. Os cinco melhores resultados de singles são muito influentes para o resultado final e foi interessante verificar que ninguém descolou», comentou Pedro Nunes Pedro.

Na segunda jornada (ontem), realizaram-se 18 buracos de foursomes, contando para a classificação os dois melhores pares de cada clube, de um máximo possível de três.

E, uma vez mais, foi o LSC a superiorizar-se à concorrência, com 145 (+7), menos 6 do que a Quinta do Peru e menos 8 do que o Clube de Golfe da Ilha Terceira e o Vidago Palace.

Costa Macedo e Cazal Ribeiro emparceiraram e voltaram a arrancar o melhor resultado dos pares, com 70 (+1).

«Se o torneio se tivesse resumido aos foursomes também teríamos ganho. Vencemos ambas as sessões», frisou Pedro Nunes Pedro.

Declarações do presidente do LSC

Pedro Nunes Pedro, presidente do LSC, antigo selecionador nacional da FPG e colunista regular no site especializado “Golftatto”, conversou com o Gabinete de Imprensa da FPG e não poderia estar mais satisfeito. Eis algumas das suas declarações mais relevantes:

«Para um clube que já venceu o Campeonato Nacional de Interclubes por quatro vezes, foi muito especial ganhar este de Mid-Amateur, quando estamos a um ano de celebrar os 95 anos do clube e os 100 anos da Lisbon Cup.

«Quando em outubro do ano passado conversei com o Miguel Franco de Sousa (secretário-geral da FPG) e o João Coutinho (diretor-técnico nacional da FPG) para pedir-lhes uma data, pensei logo que para um clube com a tradição do nosso (o mais antigo da região de Lisboa), fazia mais sentido que fosse um torneio emblemático de interclubes, fosse o principal, o de jovens ou o de mid-amateur. O interclubes principal não consegue por vezes despertar tanta participação porque é mais competitivo e desperta mais interesse nos clubes que desenvolvem escolas de golfe. Mas este é aquele em que todos querem jogar.

«Por outro lado, conseguimos criar um ambiente muito simpático, tivemos 120 jogadores e quase todos ficaram para a cerimónia de entrega de prémios. Todos os clubes estiveram representados nessa cerimónia, como, aliás, salientámos o presidente da FPG, Manuel Agrellos, e eu, o que não é muito habitual. Este torneio é um enorme sucesso e veja-se como recebemos clubes de todo o país, incluindo de locais distantes como Madeira, Açores, Vidago… até o Benfica jogou!

«Não vou esconder que a dimensão desportiva também fez parte da nossa escolha porque sabíamos que seríamos muito competitivos com jogadores como o José Maria Cazal Ribeiro e o Luís Costa Macedo, aos quais se juntou o Tiago Tavares. Ele disse-me que queria mudar de clube e como o conheço há muitos anos, fui capitão dele nas seleções nacionais da FPG, convidei-o para a nossa equipa. No fundo, o João Inocentes, o Matthew Smith e eu fomos os ajudantes deles.

«Claro que como presidente do LSC foi uma honra receber a taça, até porque, ao contrário do que se diz, acho que às vezes é mais difícil jogar em casa. Mas, para além disso, houve mais dois aspetos que me foram muito caros.

«Por um lado, o teste ao campo que foi superado. Tivemos sorte com o calendário em final de maio, apesar de o tempo ter estado instável. Mas os greens foram muito elogiados e o Afonso Martins até me disse que o nosso campo é o mini Augusta de Portugal.

«Por outro lado, estiveram em campo, ao mesmo tempo, jogadores como o José Sousa e Melo, Nuno Brito e Cunha (Visconde de Pereira Machado), José Granja, Filipe Salazar de Sousa, André Holterman Roquette, Alexandre Barroso, Ricardo Oliveira, José Maria Cazal Ribeiro, Nuno Costa Campos, ou seja, uma série de jogadores que são as referências do golfe nacional para muitos de nós».

Vilamoura não defendeu o título

O Clube de Golfe de Vilamoura, que no ano passado, no Oporto Golf Club, em Espinho, vencera pela segunda vez o torneio, não viajou para defender o título por falta de jogadores disponíveis, por encontrarem-se a disputar vários torneios sociais realizados no Algarve.

Romeu Gonçalves, o campeão nacional de mid-amateur, explicou ao Gabinete de Imprensa da FPG: «Tínhamos tudo planeado e o Joaquim Sequeira (treinador e capitão) decidiu fazer um torneio de qualificação, de dois dias, no Oceânico Pinhal Golf Course, do qual nem o campeão nacional foi dispensado. Mas reparámos que não havia gente suficiente para formar uma equipa e cancelámos pouco tempo antes dessa qualificação. Foi com pena que o clube não defendeu o título».

Como há males que vêm por bem, já depois da desistência de Vilamoura, Romeu Gonçalves foi convidado para deslocar-se a Wentworth, em Inglaterra, para acompanhar o BMW PGA Championship, um dos mais importantes torneios do European Tour, e ainda assistiu a seis buracos das duas voltas de Ricardo Melo Gouveia.