Em causa está uma entrevista antiga, reposta este fim de semana no canal Q, em que José Cid se refere aos transmontanos como “pessoas medonhas, desdentadas”. Nuno Markl riu-se das afirmações do cantor e acabou por ser criticado.
“Atreva-se a meter-se com os transmontanos, vai ver que fica sem dentes para se rir”, lê-se num comentário no Facebook de Nuno Markl, que ponderou apagar a sua página nesta rede social.
Foi entretanto criada uma página – ‘Todos Contra o Cid’ – que conta já com mais de 7000 gostos e uma petição online que exige um pedido de desculpas. "Foi com enorme surpresa que fomos confrontados com declarações altamente insultuosas para com o povo transmontano da sua parte, em peça do Canal Q", lê-se no texto que acompanha a petição.
Também o presidente da Câmara Municipal de Bragança reagiu à polémica, expressando o seu "profundo desagrado, repúdio e desilusão pelas lamentáveis declarações". "Os Transmontanos sempre deram o seu melhor a favor do país, aliás como reza a História, onde grandes personalidades se destacaram em todas as áreas, desde a cultura, à música, à política, ao desporto, entre outras, situação que ainda hoje se mantém", acrescentou Hernâni Dias.
"Como sugeriu a construção de uma muralha da China, da nossa parte estamos dispostos a construí-la para impedir a sua vinda, para impedir que as suas palavras e a sua música perturbem as nossas tão nobres terras, com gente muito culta, muito bonita, muito amiga, muito hospitaleira, e sobretudo muito educada. Assim, não sendo possível, nunca, reparar a forma grosseira como maltratou e humilhou os Transmontanos, em nome de todos os Brigantinos, exijo que apresente publicamente um pedido de desculpas", afirmou o autarca.
E assim foi: José Cid já admitiu que foi um momento “pouco feliz” e pediu desculpa pelas declarações irrefletidas. Também Nuno Markl pediu desculpa aos transmontanos: “Amigos de Trás-os-Montes: se isto serve para alguma coisa, peço-vos desculpa por me ter rido dos desvarios do Cid no Canal Q há tantos anos. Se não servir para nada – porque toda a gente prefere a guerra do que a paz, nas redes sociais – tudo o que posso dizer é que continuarei a gostar de Trás-os-Montes como gostei toda a minha vida até aqui”.