Foi uma semana negra para o BCP, que perdeu 472 milhões de euros em capitalização bolsista. Nos últimos sete dias, perdeu um quarto do seu valor em bolsa. O maior banco privado português tem agora uma capitalização bolsista de apenas 1.416 milhões de euros.
Este descalabro ocorreu num período em que a instituição financeira ficou a saber que saiu do índice MSCI Global, o principal índice de ações, passando a estar no índice das pequenas capitalizações, depois da revisão semestral. «Como há pouco tempo houve uma subida de 12% por termos entrado no MSCI Global, esta queda é essa correcção» justificou o presidente do BCP ao Negócios, na sequência da derrocada na sessão de quarta-feira. Nuno Amado garantiu, no entanto, que não vai «alterar» o rumo depois de terem apresentado 47 milhões de euros de lucros no trimestre .
Outra notícia que também contribuiu para esta desvalorização bolsista foi o facto do maior banco de investimento do mundo, o Goldman Sachs, ter incluído o BCPna lista dos bancos europeus mais vulneráveis. Uma avaliação que surgiu na sequência do aumento de capital do Banco Popular, que provocou uma derrocada das ações do banco espanhol e fez com que o fantasma de um aumento de capital voltasse a pairar sobre o BCP.
As notícias de que o BCP é um dos interessados na compra do Novo Banco, que obrigaria o banco a um novo esforço financeiro, também não ajudaram.
Para complicar ainda a já conturbada situação, ontem ficou-se a saber também que a Millennium International Management abriu uma posição para lucrar com a queda do BCP nas vésperas do banco ser afastado do índice MSCI Global.
A pressão nas acções levou a CMVM a proibir as vendas a descoberto durante quinta-feira, proibição levantada ontem.
Apesar das declarações de Nuno Amado, os investidores continuam a prever que o banco vai ser obrigado a avançar com um aumento de capital.