O 26º Nordea Masters veio na altura perfeita para Ricardo Melo Gouveia (RMG). E embora o seu 53º lugar (empatado) não tenha travado a sua tendência descendente na Corrida para o Dubai, perdendo 1 posição, para o 103º posto, poderá ter recuperado e reforçado a confiança do nº1 português para uma boa segunda metade da época.
Vale a pena frisar que quando o algarvio residente em Londres partiu para Estocolmo, vinha de um triplo desaire em quatro dias negros: saíra do top-100 do ranking mundial, falhara o cut no BMW PGA Championship e não conseguira o apuramento para o US Open.
Não é difícil de imaginar o estado de forma e de confiança com que RMG terá começado a competir no Bro Hof Slott Golf Club.
Para piorar as coisas, a sua 1ª volta em 74 pancadas, 2 acima do Par, deixou-o em apuros, fora do cut provisório, no 102º lugar.
«Bati bem na bola, mas acabei por fazer 2 bogeys com gap wedge para o green e os putts não quiseram entrar», lamentou-se na sua conta profissional no Facebook, após uma volta que nem foi assim tão negativa, apenas com 2 bogeys (9 e 18).
Foi, então, que veio ao de cima o seu reconhecido espírito de luta e, pela segunda vez em três torneios do European Tour, passou o cut depois de uma 1ª volta negativa.
O nº1 português teve uma 2ª volta em 70 pancadas, 2 abaixo do Par, e passou o cut no limite, com 144 (Par), subindo de 102º para 62º.
«Foi um dia sólido, em que bati muito bem na bola e só faltou mesmo que entrassem mais uns putts», comentou, depois de 3 birdies e 1 bogey.
Três semanas antes, no Open da Irlanda, o profissional do Guardian Bom Sucesso Golf também parecia numa situação difícil de inverter. Era 93º (+3) aos 18 buracos mas passou o cut em 56º (+2), com voltas de 75 e 71, e acabou o torneio do K Club em 36º (+1).
Entretanto, na Suécia, Filipe Lima, que tinha começado muito bem, com 70 (-2), caiu de 27º para 99º (+6) e foi eliminado, após uma segunda jornada em 80 pancadas.
Na 3ª volta, RMG foi surpreendido por condições de jogo inesperadas. «Um dia bem diferente dos últimos dois, com o vento a soprar forte e algum frio de manhã». As suas 77 pancadas, fruto de 1 duplo-bogey (buraco 15), 5 bogeys e apenas 2 birdies, impossibilitaram-no logo de sonhar com um eventual segundo top-10 ou até um terceiro top-20 da época. «Cometi alguns erros infantis que me custaram caro», admitiu.
Hoje, provou de novo que tem força mental para recuperar rapidamente dos maus momentos e já carimbou 5 birdies, numa última volta, apesar de tudo, acima do Par (+1), tendo sido penalizado com 1 duplo-bogey (buraco 8) e mais 4 bogeys.
Mesmo assim, num dia de resultados piores (o campeão, Matthew Fitzpatrick fez 71), as suas 73 pancadas permitiram-lhe ascender 18 posições no leaderboard, para fixar-se no grupo dos 53º classificados.
«Este último dia aqui na Suécia esteve outra vez mais frio e com algum vento, principalmente nos segundos 9 buracos. Bati muito bem na bola e só faltou mesmo meter os putts. Isso impediu-me, uma vez mais, de fazer um bom resultado», analisou RMG.
Não podemos esquecer que o representante do Team Portugal está a viver, aos 24 anos, a sua primeira época no European Tour. Tudo passa por uma fase de aprendizagem.
É evidente que outros companheiros de profissão que ele dominou no Challenge Tour de 2015 estão a conseguir melhores resultados do que o português mas, apesar de tudo, em 13 torneios disputados este ano na 1ª divisão europeia (não contando com os dois eventos do PGA Tour), obteve hoje o seu 7º top-60.
RMG está a descobrir nesta sua estreia que precisará de mais para manter-se na elite em 2017.
Veja-se como o prémio monetário de 5.400 euros que hoje embolsou (convertidos em pontos) não foram suficientes para levá-lo de volta ao top-100 do ranking europeu e é provável que amanhã volte a perder algumas posições no ranking mundial, onde é o 118º.
Mas com 8 cuts passados, 1 top-10 e outro top-20, em 13 competições, não podemos dizer que esteja a ser uma má época.
E ele próprio parece confiante quando afirma que já está com os olhos no próximo torneio: «Volto hoje para Londres e terça-feira de manhã voo para a Áustria para jogar o Lyoness Open».