Nem toda a gente é filho da mesma mãe, daí que as preocupações sejam diferentes. O capítulo dois no Parque da Cidade é de Brian Wilson e de PJ Harvey. Como é de ver se há copos para reciclar espalhados no chão ou filas mais pequenas para os lavabos
Precisamos de um buggy para continuar
Regressámos ao poiso a tentar dizer Parquet Courts da forma mais psicótica possível, quando já é o cansaço quem ordena todo o joguinho para não adormecer é ajuda de berço. Só que hoje isto vai ficar mais feio, o que na prática significa melhor, mais concertos, mais um palco, mais sobe-e-desce que há que dividir o mal do nosso ser pelas aldeias das várias bandas. Tudo isso menos com Brian Wilson, que vem tocar “Pet Sounds”, disco dos Beach Boys que em 2016 assinala 50 anos. E claro, ai de quem se meter com piadinhas para PJ Harvey, que acaba de editar “The Hope Six Demolition Project” e que continua a ser mais que nossa mãe – a nossa real que nos desculpe. Entre um sem fim de concertos que merecem receber o aguçar do nosso palito – sim, que com tanta coisa não se espante se apenas conseguir picar aqui e ali – refira-se que há outras preocupações a ter. Como quais? Bom, se nos arranjassem um buggy para percorrer o recinto não se falava mais disso.
Precipitação para o segundo dia: 0%
O segundo dia do NOS Primavera Sound não terá qualquer tipo de precipitação: nem em termos meteorológicos, nem esteticamente falando, espera-se. Ontem foi dia de andar com a coroa de flores para dar as boas vindas ao look “Coachella” made in Porto, mais o vestido preto (ou branco) à medida, que um ou outro foi sendo abençoado pela chuva. Esta sexta-feira – também porque se comemora o Dia de Portugal -, é a ocasião perfeita para o público deste festival largar as roupas mais “pipis”, ao mesmo tempo que, e por uma questão de circulação dos transeuntes neste recinto, se diminuem as idas ao WC (a estratégia dos copos “reciclados” tem de ser feita com maior moderação, filas de espera não fazem bem a ninguém). Espera-se, portanto, um público que sinta o palco de uma forma mais descontraída, sem medos, com a vergonha a ficar na zona da restauração. Claro que é de evitar qualquer tipo de precipitação, não queremos ser todos Savages, só que o Parque da Cidade pede mais ânimo. Isso e alguém que faça as contas dos copos, ou seja, quantas cervejas terá o leitor se levar quatro copos já com dois euros no bolso. Se acertar será um verdadeiro Herói do Mar, algo que os Beach House devem apreciar.