“Disparos na discoteca”, dizia a segunda mensagem enviada pelo homem de 30 anos. Mina tentou ligar para o filho, mas ninguém atende. Meia a dormir e sem perceber a gravidade da situação pergunta: “estás bem?”. Um minuto depois, Eddie responde: “encurralado na casa de banho”.
Mina pergunta-lhe em que discoteca está. “Pulse. Na Baixa. Chama a polícia”, responde. Às 02h08, Eddie envia uma SMS: “vou morrer”.
A mulher liga para o número de emergência a correr e envia-lhe várias mensagens: “Estou a ligar agora”, “Ainda estás aí?”, “Liga para eles [número de emergência]”, “Liga para mim”. Mina só obteve uma resposta às 02h39: “Liga-lhes mamã. Agora”. Eddie, que continuava fechado na casa de banho, volta a responder um minuto depois: “Ele vem aí. Vou morrer”.
A mulher continuou a falar com o filho por mensagens, perguntando-lhe que havia muitas pessoas feridas. “Sim, muitas”, respondeu às 02h42. Mina perguntou-lhe se estava coma polícia, mas Eddie deixou de responder. “Diz qualquer coisa, por favor”, escreveu a mãe desesperada. Quatro minutos depois, Eddie consegue enviar-lhe uma SMS: “Não, ainda estou na casa de banho. Ele apanhou-nos. Eles [a polícia] têm de nos vir buscar”. A mãe acalmou-o, dizendo que a polícia já estava ir para o local.
Às 02h49, Eddie volta a mandar uma mensagem à mãe: “Rápido. Ele está na casa de banho connosco”. Mina pergunta: “ele está mesmo aí com vocês?”. Foi nesta altura que Eddie, uma das 50 vítimas mortais do ataque, enviou as suas duas últimas SMS: “Ele é o horror” e “Sim”.