Joseph Blatter, revelou que foi testemunha de sorteios na Europa em que se aqueciam e esfriavam as bolas que continham os nomes das equipas, mas garantiu que isso nunca sucedeu na FIFA.
Numa entrevista publicada segunda-feira pelo diário argentino La Nación, Blatter afirmou que “é possível sinalizar as bolas aquecendo-as ou esfriando-as”, que é um mecanismo utilizado para influenciar o cruzamento das equipas nos sorteios.
“O sorteio da FIFA era limpo até ao último detalhe. Eu jamais toquei nas bolas, coisa que outros faziam. Podem-se sinalizar as bolas aquecendo-as ou esfriando-as. É tecnicamente possível. Fui testemunha em sorteios a nível europeu em que isso aconteceu”, disse Blatter, garantindo que na FIFA, que dirigiu entre 1998 e 2015, “isso nunca se fez”.
Blatter explicou que as bolas “eram colocadas numa geleira” e que a simples comparação entre umas e outras ao tocá-las “permitia determinar as que estavam frias e quentes”.
Quanto às investigações levadas a cabo pela Justiça norte-americana e pelo Comité de Ética da FIFA, afirmou que “nada vai ser encontrado” porque a lei penal suíça “nunca foi violada”, assegurando estar de “consciência tranquila”.
Blatter contou ainda que no Mundial 2014, no Brasil, minutos depois de a seleção argentina ter sido derrotada na final pela Alemanha, por 1-0, ao entregar o troféu de melhor jogador da competição a Lionel Messi, este repetia para si mesmo “sou o melhor, mas não sou campeão”.
“Cristiano Ronaldo não se pode comparar com Leo Messi. Claro que Messi é melhor. Gostava muito de conversar com ele, é um bom rapaz”, rematou Blatter.