Ricardo Melo Gouveia pensa na medalha de ouro

É o único golfista português no torneio que marca o regresso do golfe aos Jogos Olímpicos. Após um hiato de 112 anos, mas haverá ainda um árbitro nacional, João Paulo Pinto

Ricardo Melo Gouveia, o melhor golfista português da atualidade, será o único jogador luso desta modalidade nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016 e hoje assumiu, diante de alguns media convidados pelo Comité Olímpico de Portugal, que deseja uma medalha e não uma qualquer, mas a de ouro.

«O meu objetivo é ganhar a medalha de ouro. Não vou para lá para ficar em 2º ou 3º, nem sequer para participar. Vou com um objetivo claro. Não vai ser fácil, como é óbvio, num torneio com jogadores de elite, mas acredito que se conseguir jogar ao meu melhor nível, poderei trazer a medalha de ouro para Portugal. (…) Não me considero favorito. Favoritos vão ser os três primeiros do ranking mundial, mas considero que se estiver ao meu melhor nível poderei acabar o torneio com a medalha de ouro», disse o profissional de 24 anos no Centro Nacional de Formação de Golfe do Jamor.

A iniciativa realizada pelo COP, em cooperação com a Federação Portuguesa de Golfe, visou dar a conhecer o 124º golfista do ranking mundial, 100º europeu e 36º do ranking olímpico, a alguns jornalistas que já estão credenciados para o Rio de Janeiro, numa das suas poucas visitas a Portugal, dado residir em Londres.

Ricardo Melo Gouveia tornou-se, em 2015, no primeiro golfista português a terminar uma época como n.º1 da Corrida para Omã, o ranking do Challenge Tour, a segunda divisão do golfe profissional europeu, circuito onde já conquistou três torneios, entre os quais a Grand Final do ano passado, em Omã. Desde então, subiu ao European Tour, a primeira divisão do golfe profissional europeu, onde este ano já conseguiu um top-10 e mais dois top-20.

Recorde-se que Ricardo Melo Gouveia fez o percurso ascensional clássico, forjado pelo Clube de Golfe de Vilamoura, convocado para as seleções nacionais juvenis da FPG, integrando o Projeto Pequim 2008 da FPG (quando se julgava que o golfe pudesse regressar mais cedo ao movimento olímpico), chamado às principais seleções nacionais da FPG e posteriormente ingressando em duas equipas universitárias norte-americanas, tendo brilhado na University Central Florida (os “Knights”). Passou a profissional no verão de 2014, faz hoje parte da seleção nacional da PGA de Portugal e do Team Portugal da PGA de Portugal e da FPG, iniciou-se no Challenge Tour e milita agora no European Tour.

O torneio olímpico de golfe realiza-se de 11 a 14 de agosto, com 18 buracos por dia, sem cut, para 60 jogadores (o torneio feminino, também para 60 jogadoras, decorrerá de 17 a 20 de agosto). O campo olímpico de golfe situa-se na Barra da Tijuca, na Reserva de Marapendi.

Ricardo Melo Gouveia não será o único português no torneio olímpico de golfe, uma vez que também foi convocado o árbitro João Paulo Pinto.

Para João Coutinho, diretor-técnico nacional da FPG, «é um momento histórico, termos dois portugueses, um jogador e um árbitro, num torneio que marca o regresso do golfe aos Jogos Olímpicos após uma ausência de 112 anos e logo nos primeiros Jogos Olímpicos de língua oficial portuguesa, no Brasil».

A FPG-TV, o canal de You Tube da Federação Portuguesa de Golfe, publicará amanhã na íntegra a conversa de Ricardo Melo Gouveia com os media, mas as declarações mais relevantes podem ser desde já encontradas neste vídeo: