Ricardo Melo Gouveia (RMG) optou por não jogar hoje a fase de qualificação do The Open Championship, o terceiro Major masculino do ano, vulgo British Open, para poder preparar da melhor maneira o Open de França que se inicia depois de amanhã, nos arredores de Paris.
«Decidi não jogar, pois era hoje, na terça-feira da semana do Open de França, (seriam) 36 buracos e não iria ser fácil fazer uma volta de treino no Le Golf National», disse ao Gabinete de Imprensa da FPG o n.º1 português e 101º da Corrida para o Dubai.
Será uma semana memorável para RMG, pois terá o privilégio de participar pela primeira vez num dos mais importantes e mais antigos torneios do European Tour, numa histórica 100ª edição do Open de France, que este ano distribui 3,5 milhões de euros em prémios monetários.
Não foi seguramente uma decisão fácil para o profissional do Guardian Bom Sucesso Golf, que ainda há poucas semanas tinha disputado (sem sucesso) a fase de qualificação do US Open. É para provas como os Majors que vive um jogador com a ambição do português residente em Londres.
Por outro lado, o L'Albatros é um dos campos mais difíceis do European Tour, exige tudo de um jogador, quer do ponto de vista técnico, como físico e mental.
Se RMG estivesse a jogar hoje a disputar 36 buracos na Grã-Bretanha, em que estado físico iria chegar amanhã ao Le Golf National? Que predisposição mental teria para treinar a sério? E que disponibilidade terá o campo amanhã para treinos a sério no dia do Pro-Am?
Ora é no L'Albatros que irá disputar-se a Ryder Cup em 2018 e embora nunca tenha referido esse objetivo, é legítimo que o representante do Team Portugal sonhe em estar presente. Para os candidatos à seleção europeia, será importante conhecer bem o campo.
O 100º Open de França foi motivo de uma divergência grave entre o PGA Tour e o European Tour. A marcação, para esta mesma semana, do Bridgestone Invitational, um dos quatro eventos de categoria World Golf Championships (no Firestone Country Club), nos Estados Unidos, levou o European Tour a retirar ao evento norte-americano a atribuição de pontos para a Corrida para o Dubai.
A afronta ao Open de França, um dos baluartes do European Tour, fez com que os principais jogadores europeus tivessem a escolha difícil de competir numa ou noutra prova e o European Tour parece ter ganho esta primeira batalha, dadas as presenças de recentes n.º1 do ranking mundial como Rory McIlroy, Luke Donald, Lee Westwood e Martin Kaymer, e ainda do atual campeão do Masters, Danny Willett.
Ricardo Melo Gouveia será o único português a competir esta semana no European Tour. Filipe Lima, que reside perto do Le Golf National, inscreveu-se mas ficou de fora.
O recente campeão do Najeti Open, ao norte de França, também tentou a sua sorte na fase de qualificação, mas não conseguiu apurar-se.
Filipe Lima jogou nos percursos Lilas/Noir do Golf de Courson Stade Français, também nos arredores de Paris, e somou 74 pancadas, 2 acima do Par, terminando no grupo dos 23º classificados entre 75 participantes. Passaram apenas ao Open de França os quatro primeiros e o cut fixou-se em 2 pancadas abaixo do Par.
Provavelmente por acreditar que poderia competir no Open de França, o n.º2 português não se inscreveu no torneio desta semana no Challenge Tour, o Made in Denmark Challenge Presented by Ejner Hessel, de 180 mil euros em prémios monetários.
Em contrapartida, haverá três portugueses no Aalborg Golf Klub: Ricardo Santos, que vem de um bom top-15 na Escócia, entrou diretamente, enquanto João Carlota e Pedro Figueiredo conseguiram convites.