Ricardo Melo Gouveia (RMG) obteve hoje (Domingo) a sua segunda melhor classificação da época com um 16º lugar empatado no 100º Open de França, o mais antigo torneio do European Tour na Europa Continental, que ofereceu 3,5 milhões de euros em prémios monetários.
Tratou-se da segunda melhor classificação de sempre de um português num dos mais prestigiados torneios da primeira divisão do golfe profissional europeu.
O recorde nacional continua a pertencer a Filipe Lima, que foi 15º (Par) em 2007. Depois vem este 16º posto (Par) de hoje, seguindo-se as 35ª posições de Ricardo Santos (+6) em 2014 e de Daniel Silva (+10) em 1993. Mas o que impressiona mais na prestação desta semana de RMG é o facto de ter sido a sua estreia na prova. Lima precisou de quatro participações para alcançar o top-15.
Sob as condições de jogo habitualmente difíceis, num dos percursos mais complicados do circuito europeu – o Albatros do Le Golf National – o algarvio de Chelsea exibiu-se a um nível muito elevado, terminando com 284 pancadas, a Par do campo da Federação Francesa de Golfe, situado nos arredores de Paris, depois de voltas de 73, 71, 71 e 69.
Foi uma prestação em crescendo do n.º1 nacional e 133º do ranking mundial, que começou no 62º lugar, subiu para o 49º, melhorou para o 29º e terminou em 16º, empatado com outros cinco jogadores.
À exceção do campeão, o tailandês Thongchai Jaidee (11 abaixo do Par), que não cometeu qualquer bogey nos últimos 39 buracos, todos os restantes jogadores foram deixando algumas pancadas no caminho, mas o importante foi a capacidade de reagir, de fazer birdies e nesse ponto o português residente em Londres esteve mentalmente forte.
Hoje, na sua única volta abaixo do Par (69, -2), cumpriu o front nine em -1 (3 birdies e 2 bogeys) e depois teve um back nine magistral, em -1, com 1 único birdie no 17, o buraco monstruoso que lhe tinha “roubado” 3 pancadas nas três voltas anteriores.
Nos famosos quatro derradeiros buracos deste campo, considerados terríveis, RMG jogou-os a Par do campo no conjunto das quatro voltas, numa demonstração de força (3 birdies, 1 bogey e 1 duplo-bogey).
“Joguei muito bem e consegui fazer uns segundos nove buracos sem qualquer erro, em mais um dia de vento”, rejubilou o representante do Team Portugal, cujo 16º lugar de hoje só foi superado pelo seu 7º posto no Masters do Qatar em janeiro.
Foi o seu quarto top-20 da temporada, mas o segundo nos últimos três torneios, depois de ter sido 19º na Áustria há duas semanas. Uma evidência do seu progresso recente.
Nos últimos quatro torneios do European Tour o português tem sido capaz de fazer, pelo menos, uma volta abaixo do Par (como hoje) e este Open de França foi o seu terceiro torneio seguido no European Tour a ser concluído Par ou abaixo do Par, algo que não sucedia desde os quatro eventos seguidos em que bateu os respetivos campos entre novembro e janeiro.
O profissional do Guardian Bom Sucesso Golf passou o seu quarto cut consecutivo esta semana, igualando o seu recorde pessoal, que tinha sido alcançado entre novembro e janeiro, e embolsou ainda hoje o seu segundo melhor prémio monetário da época (€ 44.625), só ultrapassado pelos € 50.734 arrecadados em Doha.
O sucesso em França valeu-lhe a subida do 101º para o 86º lugar na Corrida para o Dubai e só uma catástrofe irá impedi-lo de manter-se no European Tour em 2016. RMG está muito bem encaminhado pois em apenas meia época já soma 196.099 pontos e em 2015 o 110º classificado deste ranking europeu (o último a garantir a manutenção) totalizou 250.211 pontos.
O 16º lugar no Le Golf National, o palco da Ryder Cup de 2018, irá permitir-lhe ainda subir no ranking mundial e talvez no ranking olímpico que amanhã (segunda-feira) forem publicados.
Foi, ainda, por muito pouco que o vice-campeão nacional não conseguiu apurar-se hoje para o terceiro Major masculino da época.
“Falhei por 1 pancada a hipótese de qualificar-me para o British Open, mas para a semana tenho outra oportunidade”, escreveu RMG na sua conta profissional no Facebook.
Essa pancada ter-lhe-ia dado o passaporte para Royal Troon. As quatro vagas foram, assim, atribuídas aos sul-africanos Brandon Stone e Richard Sterne, ao sueco Alex Noren e ao inglês Callum Shinkwin.
Para a semana disputar-se-á o último torneio europeu de apuramento para a 145ª edição do British Open, o Aberdeen Asset Management Scottish Open, no Castle Stuart Golf Links, em Inverness, na Escócia.
O Open da Escócia distribui 3,8 milhões de euros em prémios monetários e RMG é o único português com entrada garantida. Filipe Lima está muito fora na lista de inscritos.
Voltando ao Open de França, foi ganho por Thongchai Jaidee que, aos 46 anos, provou que é possível competir-se ao mais alto nível até muito tarde.
O antigo n.º1 asiático e atual 57º do ranking mundial conquistou o seu 8º título no European Tour, o 1º deste ano, com um agregado de 273 (67+70+68+68), -11, batendo por 4 o italiano Francesco Molinari. O 3º lugar foi para o norte-irlandês, Rory McIlroy.
“Estou muito feliz por ter conseguido a maior vitória da minha carreira e tê-lo feito com a minha família aqui, nesta semana, torna-o ainda mais especial”, disse o antigo paraquedista das forças armadas tailandesas.
*FPG