Matthias Mueller, CEO da Volkswagen (VW), fechou um acordo de 15 mil milhões de dólares nos EUA, na sequência do escândalo das emissões poluentes. Mas o mesmo não vai acontecer na Europa. De acordo com o responsável este seria um cenário financeiramente incomportável.
Citado pela Welt am Sonntag, explica que são situações diferentes e que a regulação norte-americana para a emissão de gases é muito mais exigente. De forma perentória, deixa claro que “não é preciso ser um matemático para perceber que atribuir compensações desta magnitude e de uma forma arbitrária seria devastador para a VW”.
A posição da VW surge depois de a Organização Europeia do Consumidor ter reclamado esta semana à Volkswagen a atribuição de compensações aos proprietários europeus de veículos afetados pela fraude nas emissões.
De acordo com a organização, o fabricante de automóveis não tinha respondido a todos os pedidos que foram feitos no sentido de indemnizar também os proprietários europeus. Uma falta de resposta que levou a Organização Europeia do Consumidor a admitir que teriam de ser tomadas outras medidas contra a empresa.
Itália, Espanha e Bélgica apresentaram queixas coletivas contra a empresa. Depois disso, a engrossar a lista de processos criminais contra a Volkswagen, juntou-se também a associação austríaca VKI, que também pretende obter indemnizações para todos os condutores afetados.
Recorde-se que tudo começou no ano passado, quando a Volkswagen foi acusada de alterar o chip do sistema de emissão de gases poluentes. Ao serem confrontados com as vendas muito abaixo do previsto, engenheiros da empresa terão decidido enganar os reguladores e os clientes com motores fraudulentos. Foram instalados softwares para manipular dados de emissões poluentes em alguns motores a partir de 2008.