1 – Encontrá-las todas. Às pessoas. Mortas
A ideia até fazia sentido: se as regras do jogo indicam que é mais provável encontrar um pokémon de água junto a um lago, no mar ou num rio, uma jovem norte-americana pensou que o melhor a fazer era pôr-se ao caminho e dar um pulo ao lago perto de sua casa, no estado do Wyoming. Não encontrou o monstro que procurava, mas deparou-se com um corpo a boiar na água. E não foi caso único. Em San Diego, EUA, três mulheres depararam-se com um corpo entre os arbustos, no Marian Bear Memorial Park. Em Nashua, um jogador encontrou outro corpo num lago.
2 – Ir onde for preciso para lançar pokébolas
Os dois treinadores de pokémon só queriam «matar um inimigo» e continuar a subir de nível no jogo – desse por onde desse. Não chegou a ficar claro para os elementos da Guardia Civil espanhola se os dois homens se aperceberam daquilo que estavam a fazer quando receberam a ordem para parar imediatamente – havia o receio de que se tratasse de terroristas. Até porque já se tinham aventurado pelo quartel madrileno de Las Rozas adentro. Nem as placas a indicar «acesso restrito» parou os dois treinadores de pokémon que, após serem identificados, foram colocados em liberdade.
3 – Deixar o trabalho para caçar pokémon
É sempre assim quando um fenómeno ataca o mundo com vigor: há gente que vira famosa. Tom Currie, um neozelandês de 24 anos, é aparentemente o Mourinho do Pokémon Go. Trabalhava num bar em Auckland e entregou a sua carta de demissão pouco depois de descarregar a aplicação. Desde então que tem partilhado a sua ainda curta carreira como Special One, brilharete atrás de brilharete. São fotos, vídeos e números. E aí temos que parar. Currie, à data de fecho desta edição, já tinha caçado 91 dos 151 monstros disponíveis no jogo. «O meu pai sempre soube que eu seria famoso», disse à BBC.
4 – Invadir o Jardim botânico de Sidney
Há quem desconsidere os eventos no Facebook, quem diga simplesmente que são como os jantares, que confirmam 50, mas aparecem 10. Foi mais ou menos isso que aconteceu em Sidney, quando um grupo de amigos decidiu criar um evento a anunciar que ia fazer uma caçada no jardim botânico da cidade. Subitamente estavam cinco mil pessoas confirmadas e temeu-se o pior, que aquilo ia virar uma convenção improvisada de treinadores com fome dos pokémon raros. Dos cinco mil foram apenas mil, os suficientes para o episódio ser considerado uma invasão.
5 – Uma espécie de Walking Dead
O carro estava parado numa fila de trânsito no Central Park de Nova Iorque. Atrás dele, à frente e ao lado havia dezenas de outros carros parados, mas ninguém parecia estar muito incomodado com o engarrafamento. De dentro de um dos carros saiu um homem disparado que seguiu na mesma direção de centenas de outras pessoas, hipnotizadas, todas de telemóvel na mão. Estava um Vaporeon (uma espécie de monstro muito raro do jogo) a passar por ali. Numa situação destas, quem quiser pode levar carros, carteiras, o que for – só os pokémon interessam.
6 – Ir aos campos de minas da Bósnia? Não
Há limites, bom, deveria haver limites para qualquer jogador de Pokémon Go. E, claro, há zonas mais perigosas do que outras. Falemos da Bósnia, esse país cuja guerra determinou que em inúmeras zonas do seu território fossem colocadas minas. O aviso foi feito por uma ONG que afirmou ter sido informada que alguns jogadores de PokémonGo se deslocaram a locais arriscados, que podem estar repletos de minas ainda não encontradas. É preciso não esquecer que já morreram 600 pessoas devido a acidentes com minas no país, desde o final da guerra, em 1995.
7 – Ir a Auschwitz e (não) caçar monstros
Quando um jogo é baseado no GPS nenhum pedaço de terra está livre. É claro que no mais inóspito dos vales, no Alasca, o mais provável é não encontrar um harém de pokémon. O grave é quando isso se torna desrespeitador. A direção do Museu de Auschwitz-Birkenau teve de avisar os seus visitantes para não jogarem no antigo campo de concentração. É um passo antes de pedir aos produtores para excluir os pokémon da área. Quem visita este local deve respeitar a história (de preferência com o telefone no bolso). Seria escusado ter de tirar Auschwitz do mapa.
8 – Condutor pokémon bate em carro da polícia
O desrespeito pela famosa frase «se beber não conduza» pode bem tornar-se menos perigoso do que ignorar o conselho «se jogar Pokémon Go não conduza». Na segunda-feira, um condutor, a praticar essa coisa parva de ter uma mão no volante e outra no telefone, embateu contra um carro da polícia estacionado. O Toyota RAV4 não causou grandes danos e quer os agentes da polícia de Baltimore, no estado de Maryland, EUA, quer o jovem norte-americano, saíram ilesos. «Isto é o que acontece quando se está a jogar um jogo estúpido», admitiu o condutor.
7 – Um mergulhador inesperado
Às vezes, a ‘caça’ acaba dentro de água – o jogo tem destas curiosidades. Que o digam os jovens apanhados num vídeo a cair a um rio em direto, quando seguiam de telemóvel em riste e olhos pegados ao ecrã. A cena foi gravada por um terceiro jovem que gravava o espetáculo da loucura em torno do jogo, com dezenas de pessoas à procura dos desejados monstros. De repente, em plano de fundo, alguém desaparece da imagem. A caça acabou na água. E não foi só um treinador incauto. Assim que chegou mais perto, o jovem que filmava deu-se conta de outro nadador inesperado.
8 – Quase baleados nos Estados Unidos
Bom, nunca foi boa ideia estacionar um carro à frente da casa de alguém, sobretudo se esse alguém estiver em casa. Pode haver até quem reaja de forma mais intempestiva. E sobretudo nos EUA, onde há um pouco de tudo. Ainda assim, dois adolescentes decidiram fazê-lo, ficando dentro do carro, de vidros abertos e com o ecrã dos telefones no máximo da sua luz. O proprietário da casa, em PalmCoast, na Flórida, não achou muita piada à ideia e o pior podia ter acontecido. Quando se aproximou, os dois jovens aceleraram e este, assustado, acabou por disparar. Mas… só acertou nos pneus..