Veiga em liberdade mas obrigado a pagar caução

Antigo empresário de futebol está indiciado pelos crimes de corrupção no comárcio internacional, branqueamento e fraude fiscal. Tem 30 dias para prestar caução de 1,2 milhões de euros

José Veiga está em liberdade há quatro dias, mas terá de pagar uma caução de 1,2 milhões de euros até ao fim de agosto. Segundo o SOL apurou, o antigo empresário de futebol tomou conhecimento da alteração da medida de coação na passada sexta-feira. José Veiga, indiciado pelos crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento e fraude fiscal, esteve em prisão preventiva entre fevereiro e maio, tendo passado depois para prisão domiciliária.

A saída da prisão, em maio, aconteceu por decisão do Tribunal da Relação de Lisboa que considerou excessiva a prisão preventiva que tinha sido aplicada pelo juiz de instrução criminal Carlos Alexandre.

Os desembargadores sustentaram ainda que caso pagasse uma caução de 1,2 milhões de euros Veiga poderia sair em liberdade. Porém, uma vez que o arguido tinha todos os bens apreendidos e não tinha dinheiro disponível, acabou por ficar em prisão domiciliária desde então.

Na última semana, o juiz de instrução criminal Carlos Alexandre decidiu aplicar uma medida de coação menos gravosa, deixando o arguido sair.

Fonte próxima do processo assegura que o magistrado considerou não se justificar a aplicação de uma medida de coação tão gravosa como a prisão domiciliária e terá sustentado que o não pagamento da caução era algo externo à vontade do arguido, uma vez que este estava impossibilitado de o fazer por ter o seu dinheiro bloqueado. Ainda assim, Veiga tem 30 dias para prestar a caução, se não o fizer o seu caso volta a ser avaliado.

Atualmente Paulo Santana Lopes, outro dos arguidos de peso da Operação Rota do Atlântico, também está em liberdade após ter pago a caução estabelecida pelo tribunal. Antes esteve em prisão domiciliária.

 

Operação Rota do Atlântico

Na chamada Operação Rota do Atlântico, estão a ser investigados indícios de corrupção no comércio internacional, branqueamento e fraude fiscal.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), “estão também indiciadas suspeitas da prática dos crimes de tráfico de influência e de participação económica em negócio na compra e venda de ações de uma instituição financeira estrangeira, ações, essas, detidas por instituição de crédito nacional” (ou seja, o Banco Internacional de Cabo Verde).

A PGR confirmou ainda que também estão na mira dos investigadores a origem de diversos fundos movimentados em outros negócios em que são intervenientes os suspeitos, “nomeadamente a celebração de contratos de fornecimento de bens e serviços, obras públicas e venda de produtos petrolíferos”.